KIP Protocol: empresa nega participação no lançamento do token $LIBRA (Mauro Pimentel/AFP/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 17h25.
A empresa KIP Protocol – vinculada à criptomoeda que disparou em valorização após ser divulgada pelo presidente da Argentina, Javier Milei, em suas redes sociais e depois entrou em colapso – rejeitou nesta segunda-feira, 17, declarações oficiais do governo sobre sua participação no projeto e garantiu que não realizou reuniões com o mandatário em relação à iniciativa.
Em declaração publicada em seu perfil na rede social X, a empresa sustentou que a última declaração do gabinete do presidente sobre o assunto continha "várias imprecisões materiais" e esclareceu sua relação com o presidente e com o projeto, chamado Viva la Libertad, por meio do qual o token $LIBRA foi criado.
STATEMENT
(the following statement was drafted with help of legal counsel)
On 16 Feb 2025, the Office of the Presidency of the Argentine Republic released a statement (the “Statement”) in relation to the ‘Viva La Liberdad’ Project (the “Project”).
The Statement contains…
— KIP Protocol (@KIPprotocol) February 17, 2025
O governo argentino havia indicado em sua carta, divulgada no sábado passado, que Milei compartilhou em suas redes sociais o lançamento do "projeto Protocolo KIP", mas a empresa afirmou que "ele não iniciou o projeto, não gerenciou ou dirigiu o processo de lançamento do token, não recebeu nenhuma quantia antes ou depois do lançamento e não lucrou com a operação".
De acordo com a KIP Protocol, esperava-se que a empresa estivesse envolvida em um estágio posterior após o lançamento do token e sob as instruções da Kelsier Ventures, identificada como a entidade por trás da iniciativa.
A empresa alegou que "nem sequer foi informada pela Kelsier quando o token $LIBRA foi tornado público" e considerou "impreciso descrever o projeto como um desenvolvimento da KIP Protocol".
O governo argentino afirmou ainda que, em 19 de outubro do ano passado, Milei se reuniu na Argentina com representantes da KIP Protocol, que o informaram sobre a intenção de desenvolver o projeto para financiar empreendimentos privados usando a tecnologia blockchain.
A empresa reconheceu que seu CEO, Julian Peh, teve uma reunião com Milei naquela data durante o fórum de tecnologia Tech Forum Argentina, um evento do qual a KIP Protocol foi patrocinadora oficial. No entanto, esclareceu que "em nenhum momento o projeto Viva la Libertad ou o lançamento de qualquer token foi discutido ou mencionado".
Segundo a empresa, Peh conversou com Milei por 30 minutos sobre inteligência artificial, tecnologia e o interesse da KIP Protocol em investir na Argentina, enquanto o presidente descrevia sua visão econômica e sua intenção de atrair investimentos estrangeiros.
A empresa também negou a alegação do governo de que o empresário argentino Mauricio Novelli participou da reunião de outubro como representante da KIP Protocol. Segundo a empresa, ele atuou apenas como organizador do fórum onde ocorreu a reunião com Milei.
O comunicado oficial do governo também afirmou que, em 30 de janeiro, Milei se reuniu na Casa Rosada com Hayden Mark Davis, diretor da Kelsier Ventures, apresentada pela KIP Protocol como fornecedora da infraestrutura tecnológica do projeto.
A empresa negou essa última afirmação e garantiu que não tinha conhecimento ou participação na reunião.
A criptomoeda $LIBRA teve um forte aumento na demanda e no preço após a publicação de Milei nas redes sociais, mas horas depois sofreu um colapso. O episódio levou a oposição a pedir uma investigação parlamentar sobre as ações do presidente.