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Empresa chinesa rebate acusações de inadimplência no Panamá

Hutchison Holdings nega falta de pagamentos em meio a auditoria e controvérsia política entre EUA e China

Canal do Panamá: centro de disputa política e econômica entre EUA e China (AFP)

Canal do Panamá: centro de disputa política e econômica entre EUA e China (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 12h25.

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A subsidiária da empresa chinesa Hutchison Holdings, que opera dois portos nas entradas do Canal do Panamá, negou nesta quarta-feira ter deixado de fazer pagamentos ao Estado. A declaração foi dada durante uma auditoria panamenha sobre o contrato de concessão.

Nos últimos três anos, a Hutchison Holdings informou ter pago ao Panamá “a soma de US$ 59 milhões, que inclui pagamentos antecipados de dividendos, totalizando US$ 658 milhões durante a concessão”, de acordo com comunicado da empresa, sediada em Hong Kong.

A resposta veio após declarações do controlador panamenho, Anel Flores, que afirmou que a subsidiária Panama Ports Company não havia pago “nem um centavo” ao Estado nos últimos três anos.

Conflito político entre Panamá, EUA e China

A empresa está sob auditoria desde a última segunda-feira e se tornou o centro de uma polêmica envolvendo Panamá e Estados Unidos. O presidente Donald Trump declarou que pretende “retomar” o controle do Canal devido à atuação chinesa no local.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, argumentou que os portos geridos pela Hutchison Holdings poderiam ser utilizados por Pequim para bloquear o comércio no Canal em um eventual conflito com Washington.

Desde 1997, a Panama Ports Company opera os portos de Balboa e San Cristóbal, localizados nas entradas do Canal pelo Pacífico e pelo Atlântico. A concessão foi prorrogada por 25 anos em 2021.

Investimentos e investigações

A Hutchison Holdings afirmou que seus aportes ao Estado panamenho superam “as contribuições de qualquer outra empresa portuária no Panamá”. Além disso, destacou ter investido US$ 1,7 bilhão em infraestrutura e equipamentos.

A Controladoria do Panamá investiga se a empresa cumpre integralmente o contrato e verifica se suas receitas, pagamentos e aportes são devidamente reportados ao governo.

Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal do Panamá tem os Estados Unidos e a China como seus dois maiores usuários. Atualmente, é administrado por uma entidade panamenha autônoma, sem interferência estrangeira, segundo o governo local.

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