Repórter: a funcionária teve apenas dois dias de descanso no mês que precedeu o falecimento (wellphoto/Thinkstock)
AFP
Publicado em 6 de outubro de 2017 às 09h23.
Última atualização em 6 de outubro de 2017 às 09h47.
O canal estatal japonês NHK se comprometeu a modificar suas práticas de trabalho, após a revelação de que uma de suas repórteres morreu de ataque cardíaco após acumular 159 horas extras em um mês.
Miwa Sado, de 31 anos, que trabalhava na editoria política em Tóquio, foi encontrada morta em sua cama em julho de 2013.
Um ano depois, as autoridades japonesas concluíram que a morte foi provocada por uma quantidade excessiva de horas extras. Ela teve apenas dois dias de descanso no mês que precedeu o falecimento.
A NHK decidiu divulgar o tema quatro anos depois da tragédia, pressionada pelos pais da jovem repórter, que exigem medidas para evitar casos similares.
Este caso evidencia o problema conhecido como "karoshi", a morte por excesso de trabalho, em um país famoso por suas jornadas de trabalho intermináveis. E é constrangedor para a NHK, que faz campanha contra a prática.
Miwa Sado cobriu as eleições para a Assembleia da cidade de Tóquio em junho de 2013. No mês seguinte trabalhou na cobertura das eleições para o Senado e faleceu três dias depois da votação.
A notícia deixou o país consternado, depois que o canal NHK fez muitas reportagens de casos parecidos ocorridos em diversas empresas.
"Lamentamos ter perdido uma excelente jornalistas e levamos muito a sério o fato de que foi detectado um vínculo entre sua morte e o trabalho", afirmou o presidente da NHK, Ryoichi Ueda.
"Vamos continuar trabalhando a favor de uma reforma, com a ajuda de seus pais", completou.