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Emissões de gases de efeito estufa têm recorde em 2009

Principais substâncias lançadas à atmosfera são o dióxido de carbono e o metano

Grandes colunas de fumaça saem de chaminés de fábricas em São Petersburgo, na Rússia (Sergey Kulikov/AFP)

Grandes colunas de fumaça saem de chaminés de fábricas em São Petersburgo, na Rússia (Sergey Kulikov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2010 às 11h35.

Genebra - Os principais gases de efeito estufa alcançaram níveis recordes, apesar da recessão econômica dos últimos anos, advertiu nesta quarta-feira a Organização Mundial da Meteorologia (OMM).

Em seu relatório anual divulgado nesta quarta-feira, que se baseia em dados referentes a 2009, a OMM destaca que houve um aumento na atmosfera da concentração de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso - os principais gases de efeito estufa - de 27,5% entre 1990 e 2009, e de 1% entre 2008 e 2009.

"E se não tivessem sido tomadas medidas para sua redução a nível mundial, as concentrações estariam ainda maiores", ressaltou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.

O relatório foi divulgado a cinco dias do início de uma nova conferência da ONU sobre mudança climática em Cancún (México), onde a comunidade internacional debaterá medidas para reduzir as emissões e o aquecimento global.

Segundo a OMM, nos últimos dez anos a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera aumentou a um ritmo anual de 1,88%.

A organização afirma que antes da Revolução Industrial, que começou em meados de século XVIII, o CO2 se mantinha a níveis quase constantes de 280 ppm.

Desde 1750, a concentração de CO2 aumentou em 38% principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento.

Já as concentrações de metano aumentaram 158% desde 1750, devido principalmente ao aumento da criação de gado, do cultivo de arroz, da queima de combustíveis fósseis e dos lixões.

A OMM ressalta que 60% das emissões de metano são de origem humana, e os 40% restantes procedem de fontes naturais.

O relatório adverte que o aquecimento da Terra poderia provocar um aumento das emissões de metano nas regiões árticas, o que é motivo de grande preocupação para a organização.

"O permafrost (solo congelado) das regiões setentrionais contém grandes reservas de carbono orgânico e de clatratos de metano. Um aquecimento rápido e o derretimento do permafrost podem resultar na emissão de grandes quantidades de metano à atmosfera, o que contribuiria ainda mais para o aquecimento da Terra", ressaltam os especialistas.

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