Emirados Árabes Unidos perdoaram nesta segunda-feira um acadêmico britânico condenado à prisão perpétua por espionagem (Daniele Tajada/Handout/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de novembro de 2018 às 09h40.
Última atualização em 26 de novembro de 2018 às 09h41.
Dubai - Os Emirados Árabes Unidos perdoaram nesta segunda-feira um acadêmico britânico condenado à prisão perpétua por espionagem, acatando um pedido de clemência de sua família minutos depois de divulgarem um vídeo no qual ele supostamente confessa ser membro da agência de inteligência britânica MI6.
O presidente dos Emirados Árabes Unidos emitiu o perdão como parte de uma concessão de clemência a mais de 700 prisioneiros para marcar o aniversário do país, de acordo com um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias WAM.
O perdão entrou em vigor imediatamente, e Matthew Hedges, doutorando de 31 anos da Universidade Durham que ficou detido durante mais de seis meses, poderá deixar o país "assim que as formalidades forem finalizadas", disse o comunicado.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido saudou a decisão, dizendo que o governo britânico não concordava com as acusações feitas contra Hedges, mas que agradece aos Emirados Árabes Unidos por resolverem a questão rapidamente.
Na sexta-feira o país disse estar trabalhando em uma "solução amistosa" para a questão, dias após Londres descrever a condenação como profundamente decepcionante.
Hedges estava detido desde 5 de maio, quando foi preso no Aeroporto Internacional de Dubai ao final de uma visita de pesquisa de duas semanas.
Minutos antes de o perdão ser anunciado um porta-voz do governo mostrou a jornalistas um vídeo em que Hedges supostamente confessa ser um membro do MI6 que pesquisava sistemas militares que os Emirados Árabes Unidos estão comprando.
No vídeo Hedges disse que usou sua condição de doutorando como disfarce para abordar fontes.
Sua família e sua universidade o descreveram como um pesquisador talentoso que entrou em choque com o sistema de segurança e justiça dos Emirados Árabes Unidos. Já o país o retratou como um espião britânico que recebeu um julgamento justo por delitos graves de espionagem.
"A família e eu saudamos a notícia do perdão presidencial, e mal podemos esperar para Matt voltar para casa", disse a esposa de Hedges, Daniela Tejada, após o indulto.