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Emergentes exigirão regulação e reforma de FMI e BM

Rio de Janeiro - Os países emergentes do Grupo dos Vinte (G20, nações mais ricas e principais emergentes), entre eles Brasil, Argentina e México, comparecerão esta semana à Cúpula de Toronto com suas reivindicações já acertadas, entre elas a aceleração das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), e uma regulação […]

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2010 às 12h17.

Rio de Janeiro - Os países emergentes do Grupo dos Vinte (G20, nações mais ricas e principais emergentes), entre eles Brasil, Argentina e México, comparecerão esta semana à Cúpula de Toronto com suas reivindicações já acertadas, entre elas a aceleração das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), e uma regulação do sistema financeiro que inclua os paraísos fiscais.

As principais exigências dos países emergentes foram estipuladas em abril nas duas cúpulas realizadas em Brasília pelos líderes de Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, que em seu conjunto representam 40% da população e 15% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Nas declarações conjuntas divulgadas após esses encontros, os países do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e do Fórum IAS (Brasil, Índia e África do Sul) reivindicaram uma maior rapidez na reestruturação das instituições financeiras globais, já estipulada pelo G20.

Os emergentes exigiram que "a reforma do poder de voto do Banco Mundial seja alcançada nas reuniões de G20" em Toronto, e que "a reforma do sistema de cotas do FMI seja concluída até a Cúpula de novembro".

Os países em via de desenvolvimento, que dizem ter ajudado a fortalecer os recursos disponíveis pelo FMI, também pedirão na cúpula, que será realizada entre 26 e 27 de junho, um "aumento substancial" do capital do Banco Mundial e da Corporação Financeira Internacional para que possam melhorar sua capacidade de atender às necessidades dos países pobres.

Também reivindicarão que a escolha dos presidentes do FMI e do BM seja por méritos e não por nacionalidades, e que "a diversidade" dos membros destas instituições se reflita em seu conjunto de funcionários.

"Vamos nos esforçar para alcançar uma reforma ambiciosa e esperada das instituições de Bretton Woods. O FMI e o Banco Mundial precisam resolver com urgência seus déficits de legitimidade. A reforma de suas estruturas exige em primeiro lugar uma mudança substancial no poder de voto em favor das economias emergentes e dos países em desenvolvimento", disseram os emergentes em Brasília.

Estes países já tinham conseguido na cúpula realizada em Londres, em abril do ano passado, que o G20 se comprometesse a antecipar a reforma do sistema de cotas do FMI de 2013 como estava prevista para janeiro de 2011, e agora querem que fique definida ainda este ano.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o consenso alcançado pelas potências emergentes antes das reuniões do G20, por considerar que "se Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul chegarem à cúpula com um pensamento único, já será meio caminho andado para convencer outros países que sempre se colocam ao nosso lado, como França, Argentina e México".

A regulação do sistema financeiro mundial, uma reivindicação ultimamente reiterada pela presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, também foi incluída pelas potências emergentes entre as reivindicações que levarão a Toronto.

"Consideramos que o mundo precisa de uma arquitetura financeira reformada e mais estável que deixe a economia global menos propensa e mais resistente a futuras crises, e que é necessário uma maior estabilidade e previsibilidade do sistema monetário internacional", disseram os países do Bric em Brasília.

A presidente argentina insistiu nesta reivindicação durante a cúpula entre União Europeia (UE) e América Latina realizada em Madri em maio.

Cristina pediu na capital espanhola que na reunião de Toronto se "abordem problemas de regulação de capitais, bancos de investimento, agências de classificação de risco e paraísos fiscais" que, em sua opinião, são as "verdadeiras causas da crise" financeira mundial.

A presidente citou especialmente as agências de classificação de risco, que insistem em dar piores notas à Argentina do que a países que atualmente têm graves problemas financeiros, como a Grécia.

Além disso, a reforma do setor financeiro foi um dos acordos alcançados pelo G20 em sua última reunião, em Pittsburgh (Estados Unidos), em setembro, mas as medidas ainda não foram definidas.

"Houve grandes declarações, houve grandes medidas e decisões adotadas pelos países para se acomodar, mas o certo é que, até o momento, os paraísos fiscais, e fundamentalmente os dois ou três que manejam os paraísos fiscais no mundo todo, seguem com a lavagem de dinheiro por corrupção, por evasão ou por narcotráfico", segundo a presidente argentina.


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