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Embaixador nos EUA se reuniu com assessor de Hillary, diz Rússia

Porta-voz da presidência russa também disse que Putin nunca expressou apoio a Trump, apesar de preferir a vitória do republicano contra Hillary

Hillary Clinton: "Não houve reuniões sobre as eleições, sobre o processo eleitoral", diz porta-voz russo (Joshua Roberts/Reuters)

Hillary Clinton: "Não houve reuniões sobre as eleições, sobre o processo eleitoral", diz porta-voz russo (Joshua Roberts/Reuters)

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EFE

Publicado em 12 de março de 2017 às 14h04.

Washington - O porta-voz da presidência da Rússia, Dimitri Peskov, afirmou neste domingo que o embaixador do país em Washington, Sergei Kislyak, se reuniu com assessores da campanha da candidata democrata Hillary Clinton durante as eleições, apesar do presidente Vladimir Putin preferir a vitória de Donald Trump.

"Bom, se você olhar para algumas pessoas relacionadas com Hillary Clinton durante a campanha, provavelmente verá que houve muitas reuniões desse tipo", disse Peskov em entrevista à "CNN".

"Há muitos especialistas, pessoas que trabalham para think tanks assessorando Hillary ou para auxiliar pessoas que trabalham para Hillary", disse o porta-voz.

As relações com russos infernizam a vida de membros do governo de Trump. O general reformado Michael Flynn renunciou ao cargo de assessor de Segurança Nacional após a revelação de que mentiu ao vice-presidente do país, Mike Pence, sobre o conteúdo de uma reunião que teve com o embaixador da Rússia em Washington.

Além disso, o procurador-geral, Jeff Sessions, teve que anunciar que não participará de qualquer investigação envolvendo a Rússia porque também encontrou Kislyak durante a campanha e omitiu essas informações na audiência de confirmação para o cargo no Senado.

Peskov afirmou que é dever do embaixador russo se reunir com assessores dos dois candidatos para conversar sobre as relações entre os dois países e defendeu que essas reuniões não eram uma tentativa de interferir nas eleições de 2016.

"Não houve reuniões sobre as eleições, sobre o processo eleitoral. Olham com intenção de demonizar a Rússia, como se estivéssemos tentando interferir nas atividades de Hillary. Isso seria absurdo, porque não é certo", disse Peskov.

O porta-voz também disse que Putin nunca expressou apoio a Trump, apesar de preferir a vitória do republicano contra Hillary.

"Vocês devem se lembrar que Putin, durante a campanha eleitoral, nunca respondeu diretamente ao ser perguntado sobre que candidato apoiava. Seguia dizendo que respeitaríamos a escolha do povo americano", disse o porta-voz.

Peskov disse que Putin considerou Hillary hostil em relação à Rússia, enquanto Trump estava aberto a restabelecer as boas relações entre a Casa Branca e o Kremlin.

"A candidata Hillary foi muito negativa sobre nosso país em sua atitude e em seu programa eleitoral, declarando que a Rússia é o principal mal do mundo e a principal ameaça para os EUA", afirmou.

"Donald Trump, pelo contrário, dizia: 'sim, discordamos dos russos em muitos assuntos, mas temos que falar com eles para tentar um entendimento comum'", alegou Peskov.

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