O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon: especialistas afirmam que as novas funções de Shannon são positivas na relação com o Brasil (Roosewelt Pinheiro/ABr)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 10h57.
Brasília - O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, vai ser o novo conselheiro especial do secretário de Estado, John Kerry, que esteve semana passada em Brasília. O convite ocorre no momento em que o governo do Brasil cobra dos Estados Unidos explicações sobre o esquema de espionagem envolvendo agências norte-americanas e cidadãos brasileiros.
Para especialistas em assuntos internacionais, as novas funções de Shannon são positivas na relação com o Brasil porque o diplomata norte-americano, nos três anos em que permaneceu em Brasília, demonstrou respeito às especificidades da América Latina. Falando português com fluência e casado com uma latino-americana, Shannon demonstra conhecimento sobre o Sul do continente.
A previsão é que em setembro chegue a Brasília a substituta de Shannnon, a diplomata de carreira Liliana Ayalde. Pelo currículo da embaixadora, a história é semelhante à de Shannon, pois serviu no Paraguai e na Colômbia e também demonstra conhecimento sobre a América Latina.
A presidenta Dilma Rousseff deverá visitar os Estados Unidos, pela primeira vez, com honras de chefe de Estado, em 23 de outubro. Na ocasião, além dos assessores e diplomatas brasileiros, a presidenta deverá ser acompanhada também por Shannon, já na nova função, e Ayalde.
A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília não se manifestou sobre a retenção do brasileiro David Miranda, de 28 anos, por quase nove horas anteontem (18), no Aeroporto de Heathrow, em Londres (Reino Unido). Miranda é companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano. Ele disse ter sido interrogado por seis agentes sobre "toda sua vida".