O ministro belga das Relações Exteriores, Didier Reynders: a revista alemã Der Spiegel revelou no domingo que a Agência Nacional de Inteligência (NSA) americana espiona escritórios da UE nos Estados Unidos, e também em Bruxelas, há muitos anos. (AFP/ Laurie Dieffembacq)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2013 às 15h30.
Bruxelas - O ministro belga das Relações Exteriores, Didier Reynders, "convidou" o embaixador americano Howard Gutman a se apresentar para dar explicações sobre as possíveis atividades de espionagem realizadas pelos Estados Unidos em países europeus, anunciou nesta segunda-feira.
"Nós decidimos pedir ao embaixador dos Estados Unidos para que venha nos dar explicações sobre as informações que circulam na imprensa sobre a possível espionagem de vários Estados europeus, e principalmente dos escritórios de representações europeias nos Estados Unidos, como o Juste Lipse", sede do Conselho dos Ministros da UE em Bruxelas, declarou à imprensa o chefe da diplomacia belga.
"Se for verdade, então é muito grave. Esperamos os comentários do embaixador dos Estados Unidos", disse Reynders.
O convite - que não é uma "convocação", um termo mais forte na linguagem diplomática - foi elaborado "em colaboração" com outras capitais europeias, indicou Reynders, enquanto Paris e Viena anunciaram medidas semelhantes.
"Este é o mesmo questionamento feito na Alemanha, na França e em outros países, mas também, acredito, em nível europeu", assegurou o chefe da diplomacia belga, sem especificar a data da reunião.
"Em seguida, poderemos ter uma consulta na UE para decidir uma reação", disse, adotando a mesma postura da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, que também pediu explicações a Washington.
A revista alemã Der Spiegel revelou no domingo que a Agência Nacional de Inteligência (NSA) americana espiona escritórios da UE nos Estados Unidos, e também em Bruxelas, há muitos anos.
O Der Spiegel baseou suas acusações em documentos confidenciais divulgados pelo ex-consultor da NSA Edward Snowden, que revelou um vasto programa do governo americano de escutas telefônicas e de vigilância na internet.