Mundo

Emails podem ofuscar candidatura de Hillary à presidência

Polêmica sobre o uso de emails pode ofuscar o lançamento da esperada campanha de Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos


	Hillary Clinton: sua tentativa de dispersar a polêmica com uma coletiva de imprensa parece não ter surtido efeito
 (Jim Watson/AFP)

Hillary Clinton: sua tentativa de dispersar a polêmica com uma coletiva de imprensa parece não ter surtido efeito (Jim Watson/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 19h59.

Washington  - Uma polêmica sobre o uso de emails pode ofuscar o lançamento da esperada campanha de Hillary Clinton à Presidência dos Estados Unidos após um influente político republicano ter levantado nesta quarta-feira a expectativa de audiências parlamentares para esclarecer o uso de uma conta de email particular pela democrata enquanto ela ocupava o cargo de principal diplomata norte-americana.

O congressista Trey Gowdy disse que gostaria que Hillary testemunhasse no Congresso até abril sobre ter utilizado uma conta particular de email, e não um endereço eletrônico do governo, enquanto era secretária de Estado dos EUA, entre 2009 e 2013.

Hillary defendeu a prática na terça-feira, dizendo ter se tratado de uma questão de “conveniência”, evitando assim ter que carregar dois aparelhos celulares.

Mas sua tentativa de dispersar a polêmica com uma coletiva de imprensa parece não ter surtido efeito, com seus opositores e a mídia trazendo à tona mais questionamentos sobre ela ter utilizado um endereço de email privado para assuntos oficiais, assim como por manter um servidor privado em sua casa.

Os republicanos compararam os hábitos de Hillary a práticas sigilosas que alegam ter sido comuns nos anos de Bill Clinton como presidente. Gowdy preside uma comissão da Câmara dos Deputados que investiga os ataques de 2012 contra uma instalação diplomática dos EUA em Benghazi, na Líbia. Ele disse à rede MSNBC que Hillary deve comparecer à sua comissão e a outras.

“Gostaria que isso acontecesse até abril”, afirmou ele.

Hillary deve enfrentar um interrogatório hostil no Congresso, que é controlado pelos republicanos. O prazo dado por Gowdy pode coincidir com o esperado anúncio de Hillary como candidata democrata para a corrida presidencial de 2016.

Fontes do Partido Democrático disseram que a ex-senadora e primeira-dama deve anunciar formalmente sua candidatura em abril, embora alguns de seus assessores tenham defendido um adiamento até meados deste ano.

PESSOAL OU PÚBLICO?

Os questionamentos dos republicanos a respeito dos emails de Hillary Clinton dizem respeito, entre outros tópicos, ao conteúdo de cerca de 30 mil emails classificados como pessoais e não fornecidos ao Departamento de Estado após ela ter deixado o cargo.

Hillary entregou ao governo mais de 55 mil páginas de emails que disse estarem relacionados ao trabalho. Dúvidas também permanecem sobre o servidor mantido por ela em casa. Hillary disse na terça que manteria a máquina, na qual estariam contidas comunicações entre ela e seu marido.

Um porta-voz do presidente da Câmara, John Boehner, não descartou que a Casa tente obrigar Hillary a entregar o servidor. A empresa de segurança Venafi disse que o servidor esteve sujeito a ser espionado ou invadido durante os três primeiros meses de Hillary como secretária de Estado, por não ter sido autenticado com um certificado digital, noticiou a revista Fortune. Hillary insistiu em não ter cometido nenhuma violação e afirmou ter cumprido todas as políticas governamentais.

A maior parte de seus emails oficiais foram enviados para endereços governamentais, que são automaticamente arquivados, disse Hillary. A Associated Press abriu um processo nesta quarta-feira contra o Departamento de Estado para ter acesso aos emails e documentos do período de Hillary como secretária de Estado.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Hillary ClintonPaíses ricosPolíticaPolíticos

Mais de Mundo

Ministro alemão adverte para riscos de não selar acordo entre UE e Mercosul

Israel ataca centro de Beirute em meio a expectativas de cessar-fogo no Líbano

Rússia expulsa diplomata britânico por atividades de espionagem

Presidente do México alerta Trump que imposição de tarifas não impedirá migração e drogas nos EUA