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Ataques turcos na Síria fazem 100 mil pessoas deixarem região

O governo turco pretende acabar com as milícias curdas no norte da Síria

Síria: os ataques já deixaram 16 mortos e 37 feridos (Gokhan Sahin / Freelancer/Getty Images)

Síria: os ataques já deixaram 16 mortos e 37 feridos (Gokhan Sahin / Freelancer/Getty Images)

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EFE

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 11h55.

Última atualização em 11 de outubro de 2019 às 16h02.

As forças turcas intensificaram seus bombardeios contra alvos curdos no norte da Síria, buscando tomar setores fronteiriços, no terceiro dia de uma ofensiva que levou à fuga de mais de 100 mil pessoas, de acordo com a ONU.

A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos apontou que as pessoas estão deixando as regiões que sofrem os mais intensos ataques, para se refugiar em cidades como a de Raqqa, uma das mais importantes que está sob o controle dos curdos.

Ainda de acordo com o Observatório, os enfrentamentos seguem em Tell Abiad e Ras al-Ain, onde as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança de milícias lideradas por curdos, tentam conter o avanço das tropas turcas, que avançam rapidamente e já conquistaram diversas localidades.

A Cruz Vermelha curda, em último boletim, divulgou que desde o início da operação turca, na quarta-feira, já foram registradas 16 mortes e 37 pessoas feridas.

A Turquia tem objetivo de acabar com as Unidades de Proteção Popular (YPG), consideradas terroristas pelo governo de Recep Tayyip Erdogan, devido a ligação com o grupo armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

O presidente turco garantiu, nesta sexta-feira, que não vai encerrar a operação. "Não importa o que dizem, não vamos parar", frisou, durante um discurso em Istambul, referindo-se aos ataques às Unidades de Proteção do Povo (YPG) no nordeste da Síria.

"Recebemos ameaças à direita e à esquerda, dizendo-nos para parar", declarou. "Não vamos retroceder. Continuaremos esta luta até que todos os terroristas se movam para o sul do limite de 32 quilômetros da nossa fronteira, que Trump mencionou", insistiu.

Vários países manifestaram sua preocupação com os civis, mas também com o destino dos membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI) detidos pelas forças curdas que controlam vastas regiões do norte sírio. O medo é de que esses detentos consigam fugir.

Parecendo confirmar estes temores, as autoridades curdas afirmaram que cinco extremistas do EI fugiram de uma prisão perto de uma cidade de maioria curda, Qamichli (nordeste), após os ataques aéreos curdos.

Além disso, um motim explodiu no acampamento de Al-Hol controlado pelos curdos. Neste local, vivem milhares de famílias de indivíduos suspeitos de serem extremistas. O EI assumiu a autoria do atentado em Qamichli, no qual seis pessoas morreram.

(EFE e AFP)

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