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Em transmissão, Macron promete mobilização internacional para a Amazônia

O presidente francês reforçou que a cúpula do G7 trabalhará para mobilizar os sete países que integram o grupo na luta contra o incêndio na Amazônia

Macron: "O oceano e a floresta que arde na Amazônia nos chamam. Nós temos que respondê-los e de uma maneira concreta", escreveu Macron (Koji Sasahara/Reuters)

Macron: "O oceano e a floresta que arde na Amazônia nos chamam. Nós temos que respondê-los e de uma maneira concreta", escreveu Macron (Koji Sasahara/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 11h50.

Última atualização em 24 de agosto de 2019 às 12h08.

Biarritz — O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a cúpula do G7 (grupo de países ricos, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) que começa neste sábado (24) trabalhará para mobilizar os sete países que integram o grupo na luta contra o incêndio na Amazônia e para investir no reflorestamento.

Em mensagem transmitida pela televisão e divulgadas poucas horas antes do início oficial da cúpula em Biarritz, Macron ressaltou que a Amazônia é um "bem comum" e insistiu para que a floresta tropical esteja no topo da agenda da reunião.

"Vamos fazer não só um apelo, mas uma mobilização de todas as potências que estão aqui, em associação com os países da Amazônia, para investir em primeiro lugar para lutar contra esses incêndios em andamento", disse, além de destacar que a França também é um dos países amazônicos por meio do território da Guiana Francesa.

"O oceano e a floresta que arde na Amazônia nos chamam. Nós temos que respondê-los e de uma maneira concreta", escreveu Macron no Twitter.

Macron acrescentou que há planos de se investir em reflorestamento e para permitir aos povos locais e a ONGs desenvolver atividades adequadas para "preservar esse tesouro da biodiversidade".

Na quinta-feira (22), Macron, chamou a situação das queimadas na Amazônia de "crise internacional" e afirmou que o tema deve ser discutido em reunião no G7 .

Conselho Europeu diz ser 'difícil imaginar' acordo com Mercosul com queimadas na Amazônia.

Na abertura do G7, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk afirmou que é "difícil imaginar" um possível acordo de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul após a postura do governo brasileiro frente aos incêndios florestais na Amazônia. 

"É claro que apoiamos o acordo entre a UE e o Mercosul (...), mas é difícil imaginar um processo de ratificação enquanto o governo brasileiro permitir a destruição", afirmou Tusk.

O presidente do Parlamento Europeu (PE), David Sassoli, lançou neste sábado uma campanha para que prefeitos de cidades da Europa plantem árvores em resposta à destruição causada pelos incêndios na Amazônia e na região russa da Sibéria.

"Diante dos desastres na Amazônia e na Sibéria, são necessárias ações concretas. Convido todos os prefeitos da Europa a plantar pelo menos uma árvore", disse Sassoli no Twitter.

Os incêndios florestais que ocorrem na região da Amazônia há mais de dez dias geraram reação da comunidade internacional e de ONGs ambientalistas, que lamentam os efeitos da destruição.

Embora tenham recebido menos atenção midiática, também foram devastadores os incêndios na Sibéria, na Rússia, onde as autoridades não são obrigadas a controlá-los quando ocorrem em algumas áreas remotas.

Guerra comercial

Na transmissão, Macron, alertou, ainda, que tensões comerciais "afetam todo o mundo" e disse esperar que a cúpula do G7 ajude a solucioná-las.

O presidente afirmou ter o objetivo de convencer os demais integrantes do grupo de que "as tensões, especialmente as comerciais, são ruins para todos".

"Devemos conseguir uma espécie de desescalada, estabilizar a situação, evitar esta guerra comercial que está surgindo em diversas partes do mundo", declarou o chefe de Estado francês.

Para Macron, a cúpula "é útil e importante, porque sem ela cada um iria para o próprio lado".

O apelo de Macron foi feito em plena intensificação da guerra comercial entre China e EUA. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, confirmou aumentos de duas tarifas que já tinham sido anunciadas a produtos chineses para retaliar encargos sobre produtos americanos com os quais a China respondeu às primeiras sobretaxas.

Além disso, Trump ameaçou impor tarifas ao vinho francês em resposta à aprovação, pela França, da chamada "taxa Gafa" (acrônimo que se refere a Google, Apple, Facebook e Amazon), que obriga cerca de 30 companhias de tecnologia que prestam serviços no país a pagarem um imposto de 3% sobre suas receitas.

 

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