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Em SP, governador da Califórnia critica ausência dos EUA na COP: 'um vácuo'

Gavin Newsom disparou críticas contra Donald Trump e diz que Lula deve tomar cuidado nos acordos com o presidente americano: 'ele é homem sem palavra'

Gavin Newsom: De São Paulo, o governador da Califórnia deve seguir para Belém, onde deverá participar de eventos da COP30 (Brandon Bell/Getty Images)

Gavin Newsom: De São Paulo, o governador da Califórnia deve seguir para Belém, onde deverá participar de eventos da COP30 (Brandon Bell/Getty Images)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 15h37.

Última atualização em 11 de novembro de 2025 às 09h18.

Gavin Newsom, governador da Califórnia, afirmou que o anúncio de 50% de tarifas foi um ato de desrespeito do governo dos Estados Unidos ao Brasil. A declaração foi dada durante o Global Investors' Symposium, do Milk Institute, em São Paulo.

“O Brasil é um dos nossos grandes parceiros comerciais. É o país com o qual deveríamos nos envolver”, afirmou Newsom.

Nos bastidores do evento, à imprensa, ele enfatizou que a política tarifária do presidente republicano Donald Trump é particularmente problemática, num momento em que o Brasil é uma das grandes democracias do mundo.

De São Paulo, o governador da Califórnia deve seguir para Belém, onde deverá participar de eventos da COP30. “Estou aqui por conta da ausência de qualquer liderança do governo dos EUA, é um vácuo. É de deixar o queixo caído”, disse.

Caso encontre Lula — e caso possa dar alguma dica sobre como lidar com Trump —, Newsom diz que falaria ao presidente o que pensa sobre Trump.

“Petulante, corrupto, materialista, cruel e sem palavra”, descreveu.

“A única coisa consistente nele é sua inconsistência, seu caos, sua crueldade. Isso se relaciona com a questão da imprevisibilidade. A única coisa previsível em Donald Trump é sua imprevisibilidade e sua crueldade”, finalizou.

Sobre a possibilidade de concorrer à presidência dos EUA em 2028, Newsom expressou preocupação de que, se o Partido Democrata não for bem-sucedido em 2026, “pode não haver uma eleição livre e justa nos Estados Unidos em 2028”. Ele enfatizou que, no momento, “nada mais importa” do que as eleições de 2026 e a retomada da Câmara dos Representantes.

O vai e vem entre EUA e Brasil

Após o grande encontro entre Lula e Trump em Kuala Lampur, na Malásia, o republicano afirmou, por meio de publicação na rede oficial da Casa Branca na rede social X, que espera concluir “acordos muito bons” com o Brasil.

Já Lula disse que acertaram "que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”.

O encontro aconteceu após Trump, em agosto, aumentar as taxas de importação sobre o Brasil, que chegaram a 50%.

Por semanas, o governo americano se recusou a negociar com as autoridades brasileiras. O clima mudou após um encontro entre Lula e Trump na ONU, em setembro. Desde então, os dois presidentes falaram diversas vezes que houve “química” entre eles, o que teria aberto as conversas entre os dois governos.

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