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Em revés para Putin, Ucrânia mata 63 soldados com armas dos EUA

Desde setembro, a Ucrânia lança uma contraofensiva contra a Rússia que levou a reconquista de territórios estratégicos no sul e no leste do país

Soldados ucranianos: Ucrânia mata ao menos 63 soldados russos (Scott Peterson/Getty Images)

Soldados ucranianos: Ucrânia mata ao menos 63 soldados russos (Scott Peterson/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 07h36.

As Forças Armadas da Ucrânia impuseram na segunda-feira, 2, uma das maiores baixas às tropas russas desde o início da guerra com um ataque com armas fornecidas pelos Estados Unidos. Com o auxílio do Himars, um moderno lançador de foguetes guiado por radar, os ucranianos destruíram um alojamento de soldados russos em Makivka, na província de Donetsk, uma das províncias ocupadas por forças do Kremlin.

Ao menos 63 militares morreram, segundo a Rússia. A Ucrânia diz ter matado mais de 400 homens com o bombardeio. Mesmo o número de vítimas reconhecido oficialmente pelos russos já implica uma das maiores baixas para o Kremlin no conflito.

Os próprios russos reconheceram o duro impacto do ataque ucraniano. Para Danil Bezsonov, porta-voz do governo instalado por Vladimir Putin desde a anexação da província no ano passado, o bombardeio foi um duro golpe para as tropas do Kremlin. Dentro da Rússia, cresceram as críticas à condução da guerra e aos seguidos reveses do Exército.

Desde setembro, a Ucrânia lança uma contraofensiva contra a Rússia que levou a reconquista de territórios estratégicos no sul e no leste do país, principalmente nas províncias de Kharkiv e Kherson. Donetsk, dizem fontes militares ucranianas, seria um alvo maior e mais difícil de atingir, mas que segue na mira das tropas de Volodmir Zelenski.

Para mudar os rumos do conflito, os ucranianos contam com sofisticadas armas doadas pelos Estados Unidos e outros aliados europeus. Um dos mais eficazes é o lançador de mísseis guiados por satélite Himars, cujo o alcance de pelo menos 300 quilômetros permite ataques dentro das linhas russas, como no domingo.

Críticas

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, ao menos quatro foguetes atingiram o alojamento.

O bombardeio, que ocorreu pouco depois da meia-noite do dia de ano-novo, imediatamente provocou indignação entre alguns dos analistas que defendem a guerra de Putin na Rússia. Alguns desses blogueiros disseram que representava o exemplo mais recente da inaptidão dos comandantes militares russos na guerra e seu desrespeito pelas vidas dos soldados em um sinal do desgaste da estratégia do líder russo no front doméstico.

O prédio do alojamento, que antes da guerra era uma escola, ficou quase completamente destruído, já que também funcionava como armazém de munições, o que ampliou o alcance das explosões.

O ataque de Makivka ocorre quando blogueiros militares russos, que se tornaram formadores de opinião influentes na Rússia em meio à censura imposta à imprensa local, pedem uma revisão do comando militar de seu país, que, segundo eles, está arrastando a Rússia para a derrota na Ucrânia.

Ainda de acordo com esses blogueiros, a maioria das vítimas é composta por recrutas das regiões de Saratov e Samara, no centro da Rússia, que recentemente foram enviados para o front, depois que Putin decidiu ampliar a convocação de reservistas em meio aos frequentes reveses no campo de batalha.

Alvo

Donetsk abriga alguns dos combates mais pesados da Ucrânia, embora pouco terreno tenha mudado de mãos por meses. Intensas batalhas de artilharia ocorreram enquanto Moscou tentava trazer reforços, incluindo soldados recentemente mobilizados.

A cidade de Makivka, que faz parte da área metropolitana da capital regional de Donetsk, está bem ao alcance da artilharia de longo alcance da Ucrânia, do outro lado da linha de frente da região.

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