A Comissão Europeia anunciou nesta quarta-feira, 12, que aplicará tarifas "proporcionais" sobre produtos dos Estados Unidos a partir de 1º de abril, em resposta às taxas de 25% impostas pelos americanos sobre aço e alumínio. A decisão afeta produtos europeus no valor de cerca de 26 bilhões de euros, e as contramedidas europeias terão efeito imediato.
A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, lamentou profundamente as medidas adotadas pelo governo de Donald Trump, as considerando prejudiciais para empresas e consumidores. Ela afirmou que as tarifas "são ruins para os negócios e ainda piores para os consumidores".
A União Europeia, no entanto, destacou que as medidas podem ser revertidas a qualquer momento caso uma solução negociada seja encontrada. A Comissão reforçou que continuará disposta a dialogar com os EUA para evitar uma escalada de tensões comerciais.
As contramedidas serão "inteligentes e atingirão onde dói", de acordo com a Comissão Europeia. Entre os produtos visados estão a soja, carne bovina e frango, além de itens como as motocicletas Harley-Davidson, Bourbon e Iates.
Solução negociada?
Apesar da aplicação das tarifas, a UE se mantém aberta para negociações. Von der Leyen afirmou que as relações comerciais entre a UE e os EUA são vitais, sendo as maiores do mundo, e que a Europa busca uma solução pacífica para resolver a disputa. "Não é do interesse comum sobrecarregar nossas economias com tarifas", disse a presidente da Comissão.
A Comissão também pediu ao comissário de Comércio, Maros Sefcovic, para reiniciar as conversas com os EUA, com objetivo de buscar melhores soluções para ambas as partes. As contramedidas terão efeito a partir de 1º de abril, com plena vigência em 13 de abril.
As novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio, em vigor a partir desta quarta-feira, 12, atingem principalmente o Brasil, México, Coreia do Sul, Vietnã, Emirados Árabes Unidos, Rússia e China.
Reação Chinesa
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que "as ações dos Estados Unidos violam seriamente as regras da (Organização Mundial do Comércio), prejudicam gravemente o sistema comercial multilateral baseado em regras e não conduzem à solução do problema".
Ela acrescentou que a China - maior produtor mundial de aço - "adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos".
*Com EFE, AFP e Agência OGlobo.