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Em Paris, marcha pela liberdade termina em confronto

Protestos têm como foco nova lei, que quer proibir a filmagem de atos policiais

"Não somos a Hungria nem a Turquia", afirmou Emmanuel Macron (Divulgação/Getty Images)

"Não somos a Hungria nem a Turquia", afirmou Emmanuel Macron (Divulgação/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de dezembro de 2020 às 14h36.

Última atualização em 5 de dezembro de 2020 às 14h36.

Uma marcha pela liberdade realizada neste sábado (5) em Paris resultou em incidentes. As manifestações denunciam a violência policial, especialmente após dois casos polêmicos no final de novembro: o espancamento brutal de um produtor negro, pelo qual três policiais foram acusados, e a evacuação de um acampamento de migrantes no centro de Paris.

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Na passeata deste sábado em Paris, vários carros foram incendiados e as vitrines de lojas foram quebradas. Além disso, projéteis foram disparados contra as forças de segurança, que responderam disparando gás lacrimogêneo.

De acordo com o Ministério do Interior, 22 pessoas foram presas e barricadas foram queimadas. "Todo mundo odeia a polícia", "anti, anti, anti-capitalista", gritaram alguns participantes.

Inicialmente prevista como uma manifestação sindical contra a precariedade do trabalho, esta mobilização se juntou ao protesto contra a violência policial e a lei de segurança global, que há várias semanas mobiliza defensores das liberdades por proibir a filmagem de atos policiais. 

Os detratores da lei a consideram um golpe liberdade de imprensa, liberdade de expressão e liberdade de manifestação", e estabelecerá "instrumentos de vigilância em massa".

Acusado de multiplicar medidas "liberticidas", Emmanuel Macron quis se dirigir diretamente aos jovens, em entrevista ao portal online Brut na sexta-feira.

"Não posso permitir que digam que estamos reduzindo as liberdades na França", disse ele. "É uma grande mentira. Não somos a Hungria nem a Turquia", insistiu.

Macron também explicou que deseja abordar a questão dos controles discriminatórios e prometeu lançar uma plataforma nacional em janeiro para denunciar a discriminação. Ao mesmo tempo, prevê generalizar as câmeras para agentes.

Além desta marcha, pelo menos uma centena de outras estão programadas em toda a França, tendo como lema a defesa dos direitos sociais e das liberdades.

 

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