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Em meio ao avanço do Talibã, ONU lembra vítimas do terrorismo

A programação incluirá uma assembleia virtual da ONU com a participação do secretário-geral da ONU, o português António Guterres

Ocupação de Cabul por forças do Talibã: temor mundial é de o Afeganistão ser, novamente, uma base para terroristas dedicados à jihad, 'guerra santa' contra o Ocidente (HOSHANG HASHIMI/AFP/Getty Images)

Ocupação de Cabul por forças do Talibã: temor mundial é de o Afeganistão ser, novamente, uma base para terroristas dedicados à jihad, 'guerra santa' contra o Ocidente (HOSHANG HASHIMI/AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 06h47.

Neste sábado, 21, é o Dia Internacional de Memória e Tributo às vítimas do Terrorismo, uma data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) numa tentativa de minimizar os efeitos nefastos dos ataques terroristas na sociedade.

Em 2021, a programação incluirá uma assembleia virtual da ONU com a participação do secretário-geral da organização, o português António Guterres.

Em meio à tomada de Cabul por militantes do grupo extremista Talibã, e a saída caótica da tropas dos Estados Unidos, o futuro do Afeganistão deverá ser um dos temas do evento organizado pela ONU.

Apesar de o grupo extremista ter, até agora, tentado mostrar ao mundo uma versão menos radical daquela vista quando chegou ao poder no Afeganistão nos anos 90, lideranças mundiais seguem temerosas sobre o futuro do país sob o comando do Talibã.

Mulheres já foram forçadas a encerrar estudos em meio ao temor de o país ser novamente governado sob as regras da sharia, uma interpretação radical do Islamismo. Há o risco de o país ser novamente abrigo para terroristas dispostos a atacar alvos no Ocidente no contexto da jihad, habitualmente entendida como "guerra santa" travada contra os inimigos da religião muçulmana.

Em paralelo, mortes têm sido registradas em protestos contra o grupo nas principais cidades afegãs. Nesta sexta-feira, o canal de televisão alemão Deutsche Welle (DW) informou que talibãs mataram a tiros o parente de um jornalista que trabalhava para o canal no Afeganistão e que era procurado pelos insurgentes.

Outro familiar do jornalista, que não teve a identidade revelada e que está na Alemanha, ficou ferido. Vários integrantes da família conseguiram fugir enquanto os talibãs seguiam de porta em porta.

"O assassinato de um parente de um de nossos editores pelos talibãs ontem (quinta-feira) é incrivelmente trágico e ilustra o grave perigo em que se encontram todos os nossos funcionários e suas famílias no Afeganistão", afirmou Peter Limbourg, diretor geral da DW, em um comunicado.

"Está claro que os talibãs estão executando operações organizadas de busca de jornalistas, tanto em Cabul como nas províncias. O tempo está acabando", completou.

A DW informou que os talibãs compareceram às residências de pelo menos três jornalistas da emissora.

O canal e outros meios de comunicação da Alemanha pediram ao governo de Berlim que atuem rapidamente para ajudar seus funcionários afegãos.

Depois de tomar o poder no Afeganistão em entrar em Cabul no domingo, os talibãs iniciaram uma campanha de Relações Públicas e prometeram respeitar a liberdade de imprensa, além de perdoar todos os opositores.

Porém, um documento confidencial da ONU, ao qual a AFP teve acesso, afirma que estão intensificando a busca de pessoas que trabalharam com as tropas dos Estados Unidos e da Otan.

Os afegãos não esqueceram o regime islâmico ultraconservador imposto pelos talibãs quando governaram de 1996 a 2001, com castigos brutais, como o apedrejamento até a morte.

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