Autoridades sauditas relataram que trataram mais de 2.000 peregrinos por causa do calor
Repórter colaborador
Publicado em 19 de junho de 2024 às 06h40.
Pelo menos 550 peregrinos morreram durante o Hajj, período em que milhões de muçulmanos vão à cidade santa de Meca todos os anos e que novamente aconteceu sob temperaturas históricas. As informações são do Guardian.
Pelo menos 323 dos que morreram eram egípcios, a maioria deles sucumbindo a doenças relacionadas com o calor, disseram à AFP dois diplomatas árabes envolvidos com o assunto.
“Todos eles [os egípcios] morreram por causa do calor”, exceto um que sofreu ferimentos fatais durante uma pequena multidão, disse um dos diplomatas, acrescentando que o número total veio do necrotério do hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.
Pelo menos 60 jordanianos morreram, disseram os diplomatas, acima do número oficial de 41 divulgado na terça-feira por Amã.
Os diplomatas disseram que o total no necrotério de Al-Muaisem, um dos maiores de Meca, era de 550. As autoridades sauditas relataram que trataram mais de 2.000 peregrinos por causa do calor.Pelo menos 240 peregrinos foram mortos em vários países no ano passado, a maioria deles indonésios.
A peregrinação é cada vez mais afetada pela crise do clima, de acordo com um estudo saudita publicado no mês passado que afirma que as temperaturas na área onde os rituais são realizados subiam 0,4°C (0,72°F) a cada década.
As temperaturas atingiram 51,8 graus na Grande Mesquita de Meca na segunda-feira, apontou o centro meteorológico nacional saudita. Cerca de 1,8 milhão de peregrinos participaram do Hajj este ano, 1,6 milhão deles vindos do exterior, segundo autoridades sauditas.
Um hospital virtual “forneceu consultas a mais de 5.800 peregrinos, principalmente para doenças relacionadas com o calor, permitindo uma intervenção imediata e mitigando o potencial de aumento de casos”, afirmou a agência de notícias saudita.