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Em Londres, 20% dos acusados por distúrbios são menores

Justiça já acusou 1.297 pessoas pela violência na cidade; penas rígidas geram polêmica no país

Garoto passa em frente a carro incendiado em Londres (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Garoto passa em frente a carro incendiado em Londres (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 13h57.

Londres - Dos 1.297 acusados que compareceram ao tribunal por terem participado dos distúrbios da semana passada no Reino Unido, 20% são crianças ou adolescentes na faixa de dez a 17 anos, como informou nesta quinta-feira o Ministério da Justiça britânico.

Um adolescente de 16 anos acusado de assassinar um aposentado durante a onda de revolta no bairro de Ealing teve seu pedido de liberdade condicional negado pelo tribunal londrino.

O aposentado Richard Bowes, de 68 anos, morreu no dia 11 de agosto, quatro dias após ser atingido com golpes na cabeça quando tentava apagar o fogo de um contêiner de lixo.

A audiência do julgamento do adolescente por homicídio doloso durou 30 minutos e foi realizada a portas fechadas para que fosse preservada a identidade do jovem, que também será julgado pelo furto a um supermercado, a uma casa de apostas, a uma locadora e a um restaurante, além da acusação de promover "desordem violenta".

Outros dois jovens, de 17 e 18 anos, foram julgados nesta quinta-feira no tribunal de Londres pelos saques a uma cafeteria no bairro de St. John's Wood, quando um grupo de adolescentes destruiu janelas e mesas do estabelecimento.

Em Birmingham (centro da Inglaterra) outra audiência de poucos minutos julgou um homem de 30 anos acusado de assassinar três jovens durante os distúrbios.

Os jovens, de 21, 30 e 31 anos, eram muçulmanos e foram atingidos por um carro em alta velocidade ao tentarem evitar atos de vandalismo contra uma loja.

Os julgamentos estão causando polêmica no Reino Unido no que diz respeito à dureza das penas aplicadas, como a do universitário de 21 anos que foi condenado a um ano e quatro meses de prisão por ter roubado bebidas alcoólicas em um supermercado de Manchester (norte).

O juiz Robert Atherton, que ditou a sentença, acusou o jovem de "seguir o exemplo de outros" por ter entrado no supermercado por uma passagem aberta à força pelos vândalos, ao ver "que era possível roubar".

"Foi uma ação estúpida, ele deveria ter pensado melhor. É um estudante universitário e colocou tudo a perder. Vai pagar um preço alto por seu comportamento", disse o juiz ao jovem.

Após o fim da onda de violência no Reino Unido entre os dias 6 e 10 de agosto, a Polícia totalizou em 2.675 o número de detenções, sendo 1.744 em Londres

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