Israel: África do Sul argumentou que Israel age com "intenção genocida" no enclave palestino (Michel Porro/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 08h27.
Acusado pela África do Sul de uma suposta violação da Convenção das Nações Unidas sobre Genocídio durante sua operação militar em Gaza, Israel negou, nesta sexta-feira, que esteja tentando destruir o povo palestino. Em manifestação na Corte Internacional de Justiça (CIJ), com sede em Haia, representantes israelenses rebateram a queixa, apontaram "distorções" do relato sul-africano e classificaram o caso como "profundamente distorcido".
O país africano argumentou que Israel age com "intenção genocida" no enclave palestino, citando como evidência declarações de autoridades israelenses como o ministro da Defesa, Yoav Gallant, que disse que o país imporia um cerco completo ao território porque combatia "humanos animalescos".
Pretória quer que os juízes obriguem Israel a parar "imediatamente" a incursão em Gaza, lançada após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro, que mataram cerca de 1.200 pessoas. Pelo menos 23.469 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram mortas na reação de Israel, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
Tal Becker, advogado que representa Israel na CIJ, disse que a África do Sul "lamentavelmente apresentou ao tribunal um quadro factual e jurídico profundamente distorcido".
Usando vídeos e fotografias, Becker descreveu horrores dos ataques de 7 de outubro para os juízes no Palácio da Paz em Haia, onde tem sede o tribunal superior da ONU.
Terroristas do Hamas “torturaram crianças na frente dos pais, pais na frente dos filhos, queimaram pessoas... sistematicamente estupradas e mutiladas”, disse o advogado.
Tal Becker enfatizou que a resposta de Israel foi em legítima defesa e não dirigida aos residentes palestinos da Faixa de Gaza.
— Israel está numa guerra de defesa contra o Hamas, não contra o povo palestino — disse Becker. — Nestas circunstâncias, dificilmente pode haver uma acusação mais falsa e mais malévola do que a alegação de genocídio contra Israel.