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Em entrevista, Maduro diz estar aberto para negociar com Donald Trump

Um ano depois de lançada a maior iniciativa para derrubá-lo, Maduro continua no poder na Venezuela. E agora manda um recado de abertura aos Estados Unidos

Nicolás Maduro: um ano depois de Juan Guaidó ter se autoproclamado presidente interino da Venezuela, chavista segue firme no poder (Miraflores Palace)

Nicolás Maduro: um ano depois de Juan Guaidó ter se autoproclamado presidente interino da Venezuela, chavista segue firme no poder (Miraflores Palace)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 19 de janeiro de 2020 às 12h30.

Última atualização em 19 de janeiro de 2020 às 12h31.

São Paulo – Nicolás Maduro alega ainda estar em controle da Venezuela e que está aberto para negociar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e com seus opositores. As informações vieram à tona neste final de semana em sua primeira entrevista para um veículo americano, o The Washington Post.

“Se há respeito entre os governos, não importa quão grande são os Estados Unidos, se já diálogo, troca de informações confiáveis, podem ter certeza que podemos criar uma nova amizade”, disse Maduro ao jornalista do veículo. “Uma relação de respeito trará conquistas para todos os envolvidos”.

A entrevista acontece quase um ano depois de lançada a maior iniciativa para derrubá-lo do poder: a autoproclamação de seu maior opositor na atualidade, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela. O episódio isolou o país da comunidade internacional, mas pouco contribuiu para fragilizar a permanência de Maduro na presidência.

Ao post, Maduro disse que seus opositores “subestimaram” a sua força. Revelou, ainda, que teria tido conhecimento da tentativa de derrubada do dia 30 de abril de 2019 cerca de dez dias antes de ela acontecer, o que lhe deu tempo para se preparar. Autoridades dos Estados Unidos e ex-agentes da inteligência da Venezuela contestam essa informação.

Desde que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, foi naquele 30 de abril que Guaidó pareceu o mais próximo de retirar Maduro da presidência. Na época, o opositor chegou a anunciar que milhares de militares, classe fundamental para a manutenção da posição de Maduro, teriam virado de lado. A tentativa, no entanto, falhou.

Maduro falou, ainda, que não se importa com as reações da União Europeia ou dos Estados Unidos a respeito da maneira como ele vem conduzindo o país e seu isolamento no palco global. Sobre os aliados da China e na Rússia, reiterou que os países continuam a apoia-lo: “Estamos mais unidos do que nunca”.

Ainda na conversa com o jornal americano, Maduro fez questão de dar um recado a Trump: o de que empresas americanas do setor de petróleo podem estar diante de uma oportunidade única de bonança, se, é claro, as sanções impostas ao país fossem derrubadas.

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