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Em entrevista inédita, Putin se diz aberto a negociar liberação de jornalista detido

Desde a invasão à Ucrânia, essa foi a primeira entrevista do presidente com um jornalista norte-americano, que falou sobre a liberação do jornalista Evan Gershkovich detido na Rússia há quase um ano 

Tucker Carlson, ex-apresentador da conservadora Fox News, publicou a entrevista em seu site, tuckercarlson.com (Reprodução/Fox News)

Tucker Carlson, ex-apresentador da conservadora Fox News, publicou a entrevista em seu site, tuckercarlson.com (Reprodução/Fox News)

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 06h00.

Em sua primeira entrevista com um jornalista norte-americano desde a invasão à Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que pode negociar a liberação de Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal detido na Rússia há quase um ano, em troca de um prisioneiro russo. 

Putin deu as declarações a Tucker Carlson, ex-apresentador da conservadora Fox News, que publicou a entrevista em seu site, tuckercarlson.com, na noite da última quinta-feira, 8. 

"Estamos prontos para este diálogo", disse ele. Putin sugeriu que, em troca da liberdade para Gershkovich, Moscou queria que a Alemanha libertasse Vadim Krasikov, condenado pelo assassinato em 2019 de um dissidente checheno em Berlim.

"Houve muitos exemplos bem-sucedidos dessas conversas coroadas de sucesso", disse Putin. "Provavelmente isso também será coroado de sucesso, mas temos que chegar a um acordo". Gershkovich, que cobria a Rússia desde antes da guerra, é acusado de espionagem pelo Kremlin, e se tornou o primeiro jornalista norte-americano preso na Rússia desde a Guerra Fria. 

Rússia e Estados Unidos já concordaram com trocas de prisioneiros em dezembro de 2022, quando Moscou trocou Brittney Griner, uma estrela do basquete americano condenada por crime de drogas na Rússia, por Viktor Bout, traficante de armas russo.

Mais invasões?

Durante a entrevista, Putin também negou interesse russo em invadir outros países.

"Somente em um caso, se a Polônia atacar a Rússia. Por quê? Porque não temos interesse na Polônia, Letônia ou em qualquer outro lugar. Por que faríamos isso? Simplesmente não temos interesse."

Putin reclamou que a Ucrânia estava prestes a concordar com um acordo para encerrar as hostilidades em negociações em Istambul em abril de 2022, mas recuou, segundo ele, assim que as tropas russas se retiraram de perto de Kiev.

"Essa mobilização interminável na Ucrânia, a histeria, os problemas internos, mais cedo ou mais tarde resultarão em um acordo", disse. 

O líder russo disse que os EUA têm problemas domésticos urgentes com que se preocupar. "Não seria melhor negociar com a Rússia? Fazer um acordo. Já entendendo a situação que se desenvolve hoje, percebendo que a Rússia lutará por seus interesses até o fim", disse Putin.

Washington, que enviou mais de US$ 110 bilhões em ajuda para a Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022, deixou claro que não tem interesse em falar nos termos de Putin.

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