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Em encontro, Dilma defende novas usinas hidrelétricas

A presidente chegou a dizer que essas pessoas contrárias à construção das hidrelétricas vivem em um estado de "fantasia"

Dilma disse que o Brasil vai trabalhar, sim, pelo desenvolvimento sustentável (Pedro Ladeira/AFP)

Dilma disse que o Brasil vai trabalhar, sim, pelo desenvolvimento sustentável (Pedro Ladeira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2012 às 10h27.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff aproveitou uma reunião com os integrantes do Fórum do Clima, no Palácio do Planalto, para avisar de vez a grupos ambientalistas que lutam contra a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia que o governo não mudará seu projeto de aumento da oferta de energia e de desenvolvimento da região. Ela chegou a dizer que essas pessoas contrárias à construção das hidrelétricas vivem em um estado de "fantasia".

Ao se referir à participação do Brasil na Rio+20, a conferência das Nações Unidas que será realizada em junho, no Rio de Janeiro, Dilma lembrou aos que estavam na reunião que o mundo real não trata de tema "absurdamente etéreo ou fantasioso". Dilma disse que o Brasil vai trabalhar, sim, pelo desenvolvimento sustentável, para tirar as pessoas da pobreza, para encontrar formas de conciliar o progresso com o respeito ao meio ambiente.

"Ninguém numa conferência dessas também aceita, me desculpem, discutir a fantasia. Ela não tem espaço, a fantasia. Não estou falando da utopia, essa pode ter, estou falando da fantasia", afirmou Dilma. Pouco antes, ao se pronunciar no Fórum do Clima, a representante das ONGs, Sílvia Alcântara, acusara o governo de estar promovendo um retrocesso na questão ambiental e de, com o pré-sal, estar levando o Brasil a ocupar o terceiro lugar entre os países que mais emitem gases de efeito estufa já em 2020. Em um pequeno pedaço de papel, Dilma anotou tudo o que a ambientalista falou.


Sem se referir diretamente ao que Sílvia havia falado, Dilma defendeu a energia de fontes hidráulicas e desdenhou da energia eólica e solar, ambas defendidas pelos grupos mais radicais como alternativa às hidrelétricas. Disse que,como presidente, tem de explicar como as pessoas vão comer, ter acesso à água e energia. "Eu não posso falar: 'Olha, é possível só com eólica iluminar o planeta. Não é. Só com solar? De maneira nenhuma".

A presidente disse que foi à Espanha, país citado sempre como referência no aproveitamento da energia eólica, e viu que há oito meses as pás de vento não funcionavam. "Não havia vento", disse ela. "Eu, quando comecei a mexer com esse negócio de energia, cheguei a contar vento. Isso foi no Rio Grande do Sul". Para Dilma, a energia eólica deve servir como uma espécie de reservatório para a energia de fonte hidráulica, quando houver escassez de chuvas. "Reservatório de água a gente faz. Mas não faz reservatório de vento", disse a presidente. "Deus nos ouça que a eólica consiga ser reservatório de hidrelétrica no Brasil. Deus nos ouça. Vamos ter de suar a camiseta tecnicamente, não é falta de vontade política, é tecnicamente".

A respeito da participação do Brasil na Rio+20, a presidente afirmou que o País pretende exercer um papel de líder na conferência. "Encontrar um caminho comum é um processo difícil. Desta vez, eu acho que temos uma missão até mais difícil, que é propor um novo paradigma de crescimento". Para Dilma, na Rio + 20 todos os temas vão se encontrar: "Mudança de clima, biodiversidade, redução da pobreza, direito a energia, melhores condições de vida, enfim, como é o futuro do mundo, é isso que vamos discutir na Rio+20. É um ponto de partida mais do que ponto de chegada. Desta vez temos de mudar o patamar da discussão. Nós acumulamos muitas coisas, acumulamos em todas as conferências do clima, em todas as discussões sobre florestas, água. Agora vamos ter de discutir isso na ótica das populações, dos governos, das comunidades científicas, dos organismos da sociedade civil, organizados ou não".

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