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Em Davos, Hollande pede mobilização global contra terrorismo

"Cada vez que se deixa um conflito perdurar, o terrorismo se apropria da situação", disse Hollande em discurso no Fórum Econômico Mundial


	Hollande: presidente estimou em 40 mil o número de terroristas que o Estado Islâmico é capaz de mobilizar
 (Ruben Sprich/Reuters)

Hollande: presidente estimou em 40 mil o número de terroristas que o Estado Islâmico é capaz de mobilizar (Ruben Sprich/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 15h26.

Davos (Suíça) - O presidente da França, François Hollande, exigiu nesta sexta-feira uma mobilização internacional para resolver os conflitos armados que perduram e se transformaram em cultivo do terrorismo que ameaça o mundo.

"Cada vez que se deixa um conflito perdurar, o terrorismo se apropria da situação", disse Hollande em discurso no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Davos (Suíça), que era muito esperado devido aos recentes atentados jihadistas ocorridos em Paris há duas semanas.

A resposta a essa grave situação deve ser "internacional, global, compartilhada entre os Estados e pelas grandes empresas, que também devem intervir", argumentou Hollande para um auditório composto por centenas de representantes e diretores de companhias, algumas delas as mais importantes do mundo em seus setores.

Para o político, o terrorismo que atacou a França - como o que se apresenta sob a denominação de Al Qaeda ou Estado Islâmico (EI) no Oriente Médio, ou Boko Haram na Nigéria - se nutriu dos conflitos que ficaram sem solução nos últimos anos.

O presidente francês estimou em 40 mil o número de terroristas que o jihadista EI é capaz de mobilizar e afirmou que, destes, 10.000 são estrangeiros, grande parte recrutados fora do Oriente Médio.

Após os ataques terroristas de Paris com 17 mortes, o Estado Islâmico declarou seus autores, que também morreram, como "heróis".

Hollande afirmou que é responsabilidade dos países encontrar soluções para esses conflitos, que só se multiplicam, e considerou urgente garantir uma transição política na Síria para acabar com a guerra.

Quanto à luta antiterrorista, ele declarou que a França seguirá presente "mais do que nunca na África para ajudar os países que sofrem com o terrorismo".

"A França não pode fazer tudo, não pode agir sozinha, mas cada vez que puder, o fará para dar o exemplo", ressaltou.

Hollande alertou os presentes de que "todos os países do mundo são suscetíveis de ser atacados pelo terrorismo, muitos já o foram, outros o temem, mas todos devem se preparar".

O presidente francês frisou que o terrorismo se nutre de múltiplas fontes e usa todos os recursos a seu alcance para propagar seus pontos de vista e multiplicar suas ações violentas, e por isso pediu às empresas que se comprometam com esse combate, principalmente as organizações financeiras e as empresas que oferecem serviços de internet.

A estas últimas, Hollande solicitou que identifiquem os conteúdos ilegais e os tornem inacessíveis aos usuários, como parte de uma regulação geral para evitar que o terrorismo continue tirando proveito das tecnologias para cumprir seus objetivos.

"Em nível europeu e nacional, devemos impedir a utilização da internet para fins de ódio e violência", opinou.

Aos bancos, Hollande cobrou que cortem "as fontes de alimentação" do terrorismo, lutando contra a lavagem de dinheiro, um recurso básico de financiamento do terrorismo internacional, como ocorre com os tráficos de drogas e de pessoas.

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