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Em Davos, Guaidó pede ajuda contra governo Maduro na Venezuela

Participação de Guaidó em Davos coincide com o primeiro aniversário de sua autoproclamação como presidente encarregado da Venezuela

Venezuela: "Europa, Grupo de Lima, EUA: estamos todos reunidos para conseguir uma eleição livre, real, transparente", afirmou Guaidó (Denis Balibouse/Reuters)

Venezuela: "Europa, Grupo de Lima, EUA: estamos todos reunidos para conseguir uma eleição livre, real, transparente", afirmou Guaidó (Denis Balibouse/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 09h33.

Um ano depois de ter sido reconhecido por cerca de 50 países como presidente encarregado da Venezuela, o opositor Juan Guaidó pediu, nesta quinta-feira (23), aos líderes mundiais reunidos em Davos ajuda contra a "ditadura" de Nicolás Maduro.

"Hoje - e por isso estamos aqui -, não podemos sozinhos. Enfrentamos um conglomerado internacional, criminoso e precisamos de sua ajuda", afirmou Guaidó, em um discurso na sala de conferências do Fórum Econômico Mundial que acontece em Davos, na Suíça.

Sua visita a Davos coincide com o primeiro aniversário de sua autoproclamação como presidente encarregado da Venezuela, realizada em 23 de janeiro de 2019, em Caracas.

"Europa, Grupo de Lima, Estados Unidos: estamos todos reunidos para conseguir uma eleição livre, real, transparente. Nos mobilizamos vez e outra e vamos continuar fazendo isso", afirmou.

Um ano depois da autoproclamação de Guaidó, sua ofensiva contra o governo Maduro parece estancada, apesar do apoio internacional, que inclui os Estados Unidos, os 25 países da União Europeia e vizinhos da região, como Equador e Colômbia.

Em seu discurso, Guaidó apresentou um panorama sombrio para a Venezuela, país que enfrenta - segundo ele - "uma tragédia sem precedentes".

"A Venezuela não é um país em guerra. Não ouvimos as bombas, mas sentimos o pranto, a dor das mães", declarou.

Violando uma proibição de sair do país, Guaidó viajou esta semana para a Colômbia e, de lá, seguiu para a Europa. O líder opositor venezuelano já se reuniu com autoridades britânicas no Reino Unido, e com representantes europeus, em Bruxelas.

Em Bogotá na segunda-feira, Guaidó foi recebido com honras de chefe de Estado e se reuniu com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que lhe prometeu um maior apoio em sua luta para tirar Maduro do poder.

"Temos uma relação ativa, amistosa [com Juan Guaidó] (...) Estamos sempre buscando novas iniciativas para que esta grande coalizão continue crescendo e que possamos ver eleições livres na Venezuela em breve", disse o presidente colombiano, Iván Duque, na terça-feira.

O pedido de Guaidó é o mesmo. "Apoio para conseguir eleições livres e justas e para lutar contra a ditadura", reiterou ele, em entrevista ontem à rede BBC.

Em Bruxelas, na quarta-feira, a União Europeia expressou seu "firme apoio" a Guaidó. O venezuelano foi recebido pelo chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Também ontem, em Davos, o presidente espanhol, Pedro Sánchez, reuniu-se com Duque e com o presidente do Equador, Lenín Moreno. Os três trataram "da situação na Venezuela, onde são urgentes eleições livres e democráticas", conforme tuíte em sua conta oficial.

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