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Em Cuba, um terço do país pode ficar no escuro; entenda

Crise energética cubana se intensifica com apagões massivos e desafios estruturais nas termoelétricas do país

Um homem observa seu celular durante um apagão em Cuba; falhas de energia se tornaram recorrentes no país (Ernesto Mastrascusa/EFE)

Um homem observa seu celular durante um apagão em Cuba; falhas de energia se tornaram recorrentes no país (Ernesto Mastrascusa/EFE)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 13h50.

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Cuba enfrenta nesta quinta-feira, 23 extensos apagões, que poderão atingir simultaneamente até 33% do território nacional. Segundo a estatal União Elétrica (UNE), os cortes de energia são consequência da falta de combustível e de paradas por avarias e manutenções em diversas centrais termoelétricas.

A crise energética na ilha é severa e já dura anos, mas vem se agravando. Em algumas regiões, a população conta com apenas quatro horas diárias de energia elétrica. Nos últimos meses, o país registrou três apagões nacionais, e o déficit chegou a alcançar taxas de até 53%.

Déficit de geração e consumo no horário de pico

De acordo com a UNE, vinculada ao Ministério de Energia e Minas (Minem), a capacidade de geração máxima para o horário de pico, entre a tarde e a noite, será de 2.120 megawatts (MW). Porém, a demanda prevista para o mesmo período é de 3.040 MW. O déficit, ou seja, a diferença entre oferta e demanda, será de 920 MW, enquanto a afetação real — circuitos desconectados para evitar apagões desordenados — chegará a 990 MW no momento de maior consumo.

A UNE também informou que cinco das 20 unidades de produção, distribuídas em sete centrais termoelétricas, estão fora de operação devido a avarias ou manutenção. Além disso, 37 centrais de geração distribuída não estão funcionando por falta de diésel e fueloil.

Crise estrutural e impactos econômicos

A crise energética cubana está ligada à escassez de combustível, resultado da falta de divisas do Estado para importação, e à condição precária das centrais termoelétricas, que operam há décadas sem investimentos adequados.

Estudos independentes indicam que o Governo precisaria investir entre 8 e 10 bilhões de dólares para recuperar o Sistema Elétrico Nacional (SEN). Contudo, essa soma está muito acima das capacidades financeiras do país, e qualquer solução só teria efeito no longo prazo.

Consequências sociais e econômicas

Os apagões têm impactos severos na economia cubana, que registrou uma contração de 1,9% em 2023 e não apresentou crescimento no ano seguinte, segundo estimativas do Governo. O Produto Interno Bruto (PIB) permanece abaixo dos níveis de 2019.

Além disso, os frequentes cortes de energia têm alimentado o descontentamento social. A insatisfação é perceptível na migração em massa e nas protestas que começaram em 2021 e ainda ocorrem esporadicamente na ilha.

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