O jornal conservador "Le Figaro" faz um perfil da "grandeza e decadência de um favorito", em relação ao homem que liderava todas as pesquisas presidenciais (Brian Harkin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2011 às 19h38.
Nova York - Uma entrevista que o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, concedeu ao jornal francês "Libération", no dia 28 de abril, ganha contornos quase premonitórios quando é lida novamente hoje. Strauss-Kahn admitiu ao jornal seu fraco por mulheres e, tendo isso em vista, falou sobre o risco de se cair em uma armadilha sexual, ou "honey trap", como ele se referiu.
Strauss-Kahn disse que, ao olhar para frente, via três desafios em seu caminho, caso concorresse à presidência da França: dinheiro, mulheres e o fato de ser judeu, reconhecendo, no entanto, que o maior deles eram as mulheres. "Sim, eu amo as mulheres...e daí?", disse na entrevista. Ele afirmou ainda que podia se ver vítima de uma armadilha envolvendo mulheres.
DSK, como é conhecido na França, então fala de como seus rivais políticos poderiam armar para ele, falando inclusive de uma hipotética situação onde uma mulher poderia ganhar milhões de euros para inventar que foi estuprada por ele num "estacionamento".
O cenário foi diferente do que o imaginado por Strauss-Kahn e até agora não há indício de que a história tenha sido um complô para destruir suas pretensões de ser presidente da França. Strauss-Kahn é acusado de ter agredido sexualmente, tentado estuprar e ter mantido em cárcere privado uma camareira de um hotel na ilha de Manhattan, em Nova York, na tarde do último sábado. Ele foi retirado do avião da Air France por policiais no fim da tarde de sábado, antes que pudesse embarcar para Paris. Em seguida, foi preso em um departamento policial no Harlem.
Hoje a juíza Melissa Jackson, da Corte Criminal de Manhattan, decidiu que Strauss-Kahn não terá direito a pagar fiança e continuará preso.