Calais: "Seguimos com a mesma dinâmica, ou seja, propor a todos uma solução alternativa de realojamento" (Pascal Rossignol / Reuters)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2016 às 09h51.
Calais - Nos dois primeiros dias de trabalho foram desmontados os barracos de 15 mil metros quadrados da parte sul do acampamento de imigrantes de Calais, a "Selva", disse nesta quarta-feira à Agência Efe o subprefeito do departamento de Pas-de-Calais, Vincent Berton.
Essa é só uma parte dos aproximadamente 8 hectares que os barracos ocupam - e que será toda desmanchada, e que durante meses serviram de abrigo para mil imigrantes que tentavam passar clandestinamente desde este porto francês ao Reino Unido.
Berton, que foi hoje à "Selva" para supervisionar os trabalhos de desapropriação, afirmou que estão encontrando menos imigrantes do que era esperado, e insistiu que ainda há vagas livres nos centros de amparo propostos pelas autoridades francesas.
"Seguimos com a mesma dinâmica, ou seja, propor a todos uma solução alternativa de realojamento", afirmou.
Hoje, pelo terceiro dia consecutivo, as máquinas escavadeiras e dezenas de trabalhadores de uma empresa privada continuaram com os trabalhos de despejo do campo, que após os confrontos de segunda-feira, se desenvolviam sem grandes incidentes.
O subprefeito contou que ontem à noite foram registrados alguns incêndios isolados na "Selva", mas os atribuiu à ação dos militantes radicais, a maioria de nacionalidade britânica, que se opõem ao desmantelamento do acampamento, que foi decidido pelo governo francês.
Berton destacou que encontraram na parte sul de campo "muito menos imigrantes do que havíamos recenseado, creio que se foram por vontade própria".
No entanto, afirmou que não detectaram um aumento da população dos acampamentos vizinhos, nem dentro da cidade de Calais, e que o paradeiro deles é desconhecido.
O subprefeito também indicou que diminuiu "drasticamente" a passagem clandestina de imigrantes ao Reino Unido, tanto através do porto marítimo como no trem que cruza o túnel sob o canal da Mancha.
"Não podemos dizer que não há nenhum imigrante passando, mas esse número diminuiu. Nisso concordamos com os britânicos. Além disso, as associações que trabalham com os imigrantes nos dizem que eles têm menos esperanças de atravessar, já que as medidas de vigilância, tanto técnicas como humanas, funcionam", argumentou.