Imagem de arquivo de apoiadores do Hezbollah: grupo agita bandeiras no Líbano (Ali Hashisho/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de dezembro de 2018 às 08h25.
A relação entre grupos terroristas islâmicos e narcotraficantes latino-americanos preocupa a seção de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA.
Um exemplo disso é a cooperação entre o Hezbollah e cartéis no México, apontada pelos governos americano e israelense.
Outro foco de escrutínio é a relação entre Venezuela e Irã, assim como a rede de financiadores do grupo xiita libanês na Tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
"Temos de estar atentos ao risco de que se estabeleçam relações entre grupos terroristas e o crime organizado", disse o coordenador de contraterrorismo para a América Latina do Departamento de Estado, Nathan Sales.
"Eles se adaptam facilmente e trabalham com qualquer parceiro. Os terroristas são oportunistas e buscam janelas para mover armas e pessoal."
De acordo com o diplomata, esse padrão de conexão do Hezbollah com grupos criminosos pode ser verificado no México, na Venezuela e na Tríplice Fronteira.
No começo da semana, o governo de Israel destruiu túneis do Hezbollah. Um dos responsáveis pelo túnel, identificado como Imad Fahs, recebeu treinamento de cartéis mexicanos.
Há três meses, a PF prendeu em Foz do Iguaçu Assad Ahmad Bakarat, apontado como o principal financiador do Hezbollah na região.
"Temos muito interesse no desenvolvimento desse caso", disse Sales.