Funcionário da manutenção da AES Eletropaulo: revisão de preços aguarda resultado de recurso (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 5 de julho de 2012 às 19h41.
São Paulo - A AES Eletropaulo avalia entrar com recurso administrativo para questionar alguns pontos da revisão tarifária aprovada no começo desta semana pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente da empresa, Britaldo Soares.
Segundo ele, a Eletropaulo aguarda divulgação do voto final pela Aneel, para avaliar com detalhes a decisão que resultou em queda na tarifa de 9,33 por cento, maior que a apresentada na proposta inicial da própria agência, de -8,81 por cento, e que também surpreendeu o mercado na segunda-feira.
"Estamos fazendo uma varredura em todo o conjunto para identificar os itens que têm substância serem considerados para um recurso, para um pedido de revisão junto à Aneel", disse Soares ao sinalizar que o tempo de ação para atingir o nível de perdas estabelecido pela Aneel e considerações sobre a base de remuneração poderão ser questionados.
A redução do índice de perdas técnicas de energia sobre o mercado de baixa tensão -de 13,34 por cento para 11,56 por cento- na decisão final foi um dos principais pontos da proposta inicial da Aneel alterados no resultado final da revisão tarifária da Eletropaulo.
A Aneel definiu que até o fim do terceiro ciclo tarifário, 4 de julho de 2015, a Eletropaulo terá que chegar ao nível de 8,56 por cento de perdas técnicas na baixa tensão, num ritmo de redução de cerca de 1 ponto percentual por ano, disse Soares.
"Na minha própria manifestação na reunião da diretoria da Aneel, eu falei da questão de perdas até porque a aplicação é retroativa a 4 de julho de 2011. Só que eu estou um ano depois, então não tenho ação mais, já passou.... A questão aqui é de ser razoável no tempo de ação, porque eu estou começando hoje uma coisa que eu vou ter 3 anos para chegar no mesmo ponto", disse.
Uma das principais reivindicações da Eletropaulo à Aneel na audiência pública da revisão foi sobre valores não considerados na base de remuneração. A companhia chegou ganhar em relação ao valor considerado pela Aneel inicialmente, mas Soares ainda vê espaço para melhora.
"Na base de remuneração, muito provavelmente (vamos questionar), porque alguns dos itens que a gente ponderou muito durante o processo, não vi maior consideração. Alguns itens a gente realmente acha que precisam ser rediscutidos...Mas vamos ver ainda a razoabilidade da argumentação da Aneel", disse.