Mundo

Eletronuclear vê como "interessante" parceria privada em usinas

De acordo com o executivo, a lei brasileira impede a participação majoritária de grupos privados nesses empreendimentos, mas a associação minoritária é vista como positiva

A Eletronuclear pretende divulgar um atlas com áreas mapeadas no país que poderiam abrigar as novas unidades nucleares
 (Divulgação/Cesp)

A Eletronuclear pretende divulgar um atlas com áreas mapeadas no país que poderiam abrigar as novas unidades nucleares (Divulgação/Cesp)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 19h22.

Rio de Janeiro - Em meio a discussões sobre o futuro da energia nuclear mundial após o acidente em Fukushima, no Japão, o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonan Guimarães, afirmou que considera "interessante" a possibilidade de participação do setor privado na geração das unidades instaladas no Brasil e em futuras centrais que venham a ser construídas.

De acordo com o executivo, a lei brasileira impede a participação majoritária de grupos privados nesses empreendimentos, mas a associação minoritária é vista como positiva.

"Acho que em um primeiro momento a participação minoritária poderia ser interessante e no longo prazo poderia se pensar numa mudança na Constituição, mas no curto prazo não faz sentido e é um discussão de natureza política", disse Guimarães a jornalistas.

O executivo, principal porta-voz da empresa desde o acidente nuclear no Japão, acrescentou que a entrada de parceiros privados aumentaria a capacidade de investimento das usinas e agregaria mais conhecimento e experiência na operação das centrais.

Guimarães afirmou ainda que a formatação desse modelo de participação do setor privado poderia se espelhar no método já adotado em usinas hidrelétricas construídas no país ou a criação de Sociedades de Propósito Específico (SPEs).

Adiamento - O assessor da presidência da Eletronuclear sinalizou a possibilidade de postergação da implantação do programa nuclear brasileiro. O plano elaborado para o período entre 2007 e 2030 previa a construção de quatro a oito novas centrais nucleares no país, sendo quatro no nordeste e quatro no sudeste.

Guimarães disse que a execução do plano nuclear depende agora de um novo programa que será divulgado pelo governo e será ampliado para 2035.

"O plano 2030 previa de quatro a oito (usinas); o plano 2035 não sei quanto vai prever. Depende do planejador", afirmou.

"O plano apontava a necessidade, mas não obrigava... o plano de 2030 é de 2007 e de lá para cá o setor elétrico mudou muito. Houve leilões e uma série de mudanças. O plano 2035 deve incorporar essa realidade", acrescentou Guimarães.

Para ele, a partir do acidente no Japão o "oportunismo ideológico" contra a geração nuclear tende a ganhar forças, mas ele não vê nenhum fato objetivo que force o governo brasileiro a abandonar seu programa.

A Eletronuclear pretende divulgar um atlas com áreas mapeadas no país que poderiam abrigar as novas unidades nucleares.

Segundo o executivo, há pelo menos 40 localidades aptas a receber uma usina e apenas quatro Estados não estariam capacitados para abrigar uma central: Acre, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Acompanhe tudo sobre:EletricidadeEletronuclearEmpresasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHidrelétricasParcerias empresariais

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos