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Eleitores de Trump apoiam medidas para restabelecer "lei e ordem"

Medidas como o veto migratório e o muro no México, que provocaram protestos nos EUA e no mundo, geram aprovação entre apoiadores do líder

Eleitor usa bottom com a foto de Donald Trump durante sua posse em 20/01/2017 (Tasos Katopodis/Getty Images)

Eleitor usa bottom com a foto de Donald Trump durante sua posse em 20/01/2017 (Tasos Katopodis/Getty Images)

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EFE

Publicado em 8 de fevereiro de 2017 às 10h35.

Arlington - Enquanto milhões de pessoas veem as decisões de Donald Trump horrorizadas, os eleitores do republicano apoiam os decretos contra imigrantes e refugiados assinados pelo novo presidente com o objetivo de defender "a lei e a ordem" dentro dos Estados Unidos.

"Quando você vai dormir de noite, você fecha sua porta ou a deixa aberta para qualquer um entrar? É o mesmo com o nosso país", argumentou à Agência Efe Alice Butler-Short, de origem irlandesa e que costumava trabalhar como assistente legal.

Alice fundou há um ano o grupo "Mulheres por Trump na Virgínia". Ela foi uma das conquistadas pelo mantra do então candidato de colocar os EUA em primeiro lugar.

Agora, muitos dos eleitores estão orgulhosos pelo presidente, que está cumprindo algumas das promessas mais polêmicas feitas durante a campanha.

Para Alice, é importante ter à frente do país um líder forte, para implementar a lei e a ordem com iniciativas como o decreto que suspende temporariamente a entrada de refugiados e cidadãos de sete países de maioria muçulmana, bloqueado provisoriamente pela Justiça.

As medidas provocaram uma série de protestos nos EUA e ao redor do mundo. Além disso, os estados de Washington, Virgínia, Massachussetts, Nova York e Minnesota questionaram a legalidade dos decretos, dando início a uma batalha judicial que deve terminar apenas na Suprema Corte.

"Existe uma pequena possibilidade de chegarem pessoas com más intenções. Essa pequena fração já é um risco grande demais", afirmou à Efe Fredy Burgos, um latino que vive em Burke (Virgínia).

No início da década de 1970, quando Salvador Allende assumiu a presidência do Chile, os pais de Burgos saíram do país, chegaram a Toronto e de lá partiram para os EUA com o filho de dois meses, nascido no Canadá.

"A emigração de antes e a de agora são totalmente diferentes, não só pela quantidade, mas também pela qualidade dos imigrantes. Antes eram mais educados, já vinham com trabalhos e não recebiam assistência social. Agora foi criado um mercado de coisas de graça na fronteira com o México", comentou Burgos.

A construção do muro na fronteira entre os dois países foi uma das principais propostas da campanha de Trump, mas os eleitores imaginam a barreira de formas diferentes.

O republicano Dustin Hodges apoia em 100% a construção do muro, desde que ele tenha uma grande porta para permitir a entrada dos imigrantes que estejam dispostos a se integrar ao estilo de vida americano e contribuir para a economia do país, ao invés de se aproveitar da riqueza americana.

Apesar de o México negar, Trump segue afirmando que o país vizinho pagará pelo muro de uma forma ou de outra, e ameaçou fixar um imposto de 20% sobre as importações mexicanas.

Nesse ponto, Hodges discorda do presidente porque a ideia do imposto é contrária ao princípio de livre mercado. Para ele, seria preciso financiar o muro e taxar o dinheiro que os imigrantes que estão nos EUA enviam aos seus parentes no México.

Além do muro, Trump criticou a Austrália, o ator Arnold Schwarzenegger e iniciou o desmantelamento da reforma de saúde do ex-presidente Barack Obama, conhecida como "Obamacare".

No primeiro dia como presidente, Trump assinou a saída dos EUA do Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), que tinha sido negociado por Obama com 11 países do Pacífico.

Embora o fim do TPP tenha despertado alegria, os simpatizantes de Trump também expressam ansiedade e raiva pela manutenção do Programa de Ação Diferida (Daca), que o republicano prometeu eliminar e que desde 2012 permitiu que 750 mil jovens imigrantes ilegais não fossem deportados e também os concedeu licenças de trabalho.

O atraso no cancelamento da "anistia executiva" de Obama já foi considerada na semana passada como uma "traição" pelo popular blog conservador "RedState".

Em termos gerais, desde que assumiu a presidência no último dia 20 de janeiro, Trump tem uma aprovação de 42% dos americanos, de acordo com uma média elaborada pelo site "RealClearPolitics".

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