Javier Milei: presidente eleito fez discurso da vitória em Buenos Aires (Luis Robayo/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 19 de novembro de 2023 às 22h25.
Última atualização em 20 de novembro de 2023 às 09h08.
Em seu discurso da vitória, o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, quis deixar claro que o país começará uma nova fase, mas ponderou que haverá tempos difíceis pela frente e que a retomada plena pode levar décadas.
"Hoje começa o fim da decadência argentina e começa a reconstrução da Argentina. Hoje termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente. Termina a ideia de que o Estado é um butim a ser dividido", discursou Milei, em Buenos Aires, duas horas após o rival, Sérgio Massa, reconhecer a derrota nas eleições deste domingo.
Apesar do otimismo, Milei ponderou que o caminho será difícil. "A situação é critica, as mudanças são drásticas. Não há lugar pra fraquezas. Se não avançamos rápido com as mudanças que a Argentina necessita, vamos ter a pior crise que já vivemos. Temos problemas monumentais à frente, inflação, pobreza, indigência, insegurança. Problemas que só tem solução com a liberdade", afirmou.
"Apesar dos problemas enormes que tem o país, Argentina tem futuro, e este futuro é liberal. Não viemos inventar nada, mas fazer coisas que a história mostrou que funciona. Se abraçamos essas ideias, em 35 anos, voltaremos a ser uma potência mundial", disse Milei.
Ele falou sozinho no palco, decorado com um selo de "presidente eleito". Sua irmã, Karina, chefe de campanha, fez uma breve fala de apresentação antes do discurso dele, de cerca de dez minutos.
Na fala, Milei ainda agradeceu ao apoio da candidata Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, e ao ex-presidente Mauricio Macri.
O novo presidente não citou o rival derrotado, Sergio Massa, mas pediu que os atuais governantes sigam trabalhando de modo responsável até a posse, em 10 de dezembro. Ele fez um aceno a políticos de outros partidos. "Todos que quiserem somar serão bem-vindos. O que nos une é mais forte do que o que nos separa."
Sobre as relações internacionais, disse que irá "trabalhar com todas as nações do mundo livre". Ele ainda sinalizou que defenderá uma linha mais dura na segurança. "Dentro da lei tudo, fora da lei, nada. Nessa nova Argentina, não há lugar para violentos."