Tese de Trump é que o governo não tem autoridade para julgá-lo no tempo em que esteve na Presidência (Charly Triballeau/AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 05h03.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2024 às 13h47.
A data de julgamento do ex-presidente Donald Trump, marcada para 4 de março, no caso em que é acusado de conspiração para reverter os resultados da eleição de 2020, foi removida do calendário público do tribunal federal em Washington.
Segundo o Washington Post, a alteração não apareceu no registro oficial do processo criminal. A juíza federal, Tanya S. Chutkan, responsável por esse julgamento, já havia dito que os prazos seriam suspensos enquanto o republicano contesta a acusação.
Na apelação, Trump argumenta que o governo não tem autoridade, segundo a Constituição, para apresentar acusações contra ele por ações tomadas enquanto era presidente após a eleição de 2020 até o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando ele tentou impedir o Congresso de confirmar a vitória de Joe Biden.
Essa remoção de data reforça a tese de que a alegação de imunidade presidencial contra processos criminais adiará o julgamento enquanto ainda estiver pendente de algum tipo de apelação.
Ainda de acordo com o Post, um adiamento no caso de Washington torna cada vez mais provável que o primeiro dos quatro julgamentos criminais de Trump seja realizado no final de março em Manhattan, onde o ex-presidente enfrenta acusações estaduais de tentar silenciar uma atriz pornô durante a eleição de 2016.
Esse julgamento está marcado oficialmente para 25 de março, mas o tribunal indicou que ao caso federal de subversão eleitoral de Trump teria "prioridade". O juiz da Suprema Corte de Nova York, Juan Merchan, agendou uma audiência prévia ao julgamento em duas semanas - em 15 de fevereiro - e espera-se que decida depois disso se o julgamento prosseguirá conforme planejado.
Trump também enfrenta acusações federais de manuseio inadequado e retenção de documentos ultrassecretos após deixar a Casa Branca e obstrução aos esforços do governo para recuperá-los de sua casa em Mar-a-Lago, e na Geórgia, por um caso estadual de obstrução eleitoral.