Agência de notícias
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 11h17.
Última atualização em 1 de agosto de 2024 às 11h40.
Milhares de delegados democratas começam a votar nesta quinta-feira, 1º, para a nomeação da atual vice-presidente Kamala Harris como candidata do partido às eleições presidenciais americanas de novembro, nas quais enfrentará o republicano Donald Trump, um processo que durará vários dias.
Menos de duas semanas após a retirada da candidatura de Joe Biden para um segundo mandato, uma decisão histórica que mudou completamente o jogo, Harris tem o caminho aberto para representar o partido no poder em Washington.
Normalmente, a nomeação oficial do candidato acontece presencialmente em uma convenção do partido, marcada este ano para Chicago, de 19 a 22 de agosto.
No entanto, devido a requisitos procedimentais no estado de Ohio, os democratas decidiram antecipar a votação de forma online. Um processo incomum, mas semelhante ao utilizado excepcionalmente em 2020, durante a pandemia da Covid-19.
A votação está prevista para terminar na noite de segunda-feira. O Partido Democrata não informou como o ato será monitorado e como seus resultados serão anunciados.
Até recentemente, grande parte dos mais de 3.900 democratas não tinha outra opção, além de Joe Biden, vencedor das primárias no início do ano.
Agora, estão livres desta limitação após o atual presidente jogar a toalha devido às crescentes preocupações do próprio eleitorado sobre sua idade e saúde.
Kamala Harris, de 59 anos, surgiu rapidamente como a única substituta possível, com o apoio de dirigentes do partido e melhores resultados que Biden nas pesquisas.
Também conseguiu reanimar a base democrata, com efeito imediato em sua campanha de arrecadação de fundos, que em poucos dias recebeu mais de 200 milhões de dólares (1,13 bilhão de dólares na cotação atual).
Livre dos riscos de um conflito interno que surgiram brevemente no horizonte após a desistência de Biden, os democratas iniciam esta convenção com a intenção de demonstrar um apoio sólido a Harris.
"Nosso partido enfrentou este momento sem precedentes com um processo transparente, democrático e organizado para se unir em torno de uma candidata confirmada que nos liderará na luta que temos pela frente", disse Jaime Harrison, presidente do partido.
A disputa contra Donald Trump nas urnas promete ser difícil, mas os democratas estariam agora, segundo as pesquisas, em melhores condições para enfrentar o magnata, que há poucas semanas era o favorito à Casa Branca.
A menos de 100 dias das eleições, o republicano intensificou seus ataques a Harris, acusando-a na quarta-feira de usar o fato de ser negra com motivos eleitorais.
Filha de pai jamaicano e mãe indiana, Harris é a primeira pessoa negra e asiática a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos.
A democrata tem mais um passo importante a dar nos próximos dias: a escolha do seu companheiro de chapa, que se tornará vice-presidente caso seja eleita.
A ex-procuradora e senadora da Califórnia provavelmente pensa em convidar um homem branco.
Os nomes de quatro governadores de estados-chave, além de um senador, são mencionados por analistas políticos.
Mas Harris "ainda não tomou uma decisão", destacou sua equipe na tarde de terça-feira.
A única certeza é que ela e seu companheiro de chapa viajarão juntos a pelo menos sete estados na próxima semana, provavelmente começando na Filadélfia, Pensilvânia, na terça-feira, segundo a imprensa.
Em meados de agosto, a dupla participará de um evento público em Chicago, que se anuncia como uma grande festa de oficialização da candidatura.