Montagem de fotos de Donald Trump e Kamala Harris (Brendan Smialowski e Patrick T. Fallon/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 25 de julho de 2024 às 18h21.
Última atualização em 25 de julho de 2024 às 19h37.
Chicago - A eleição nos Estados Unidos teve uma reviravolta forte no último domingo, 21, quando o presidente Joe Biden deixou a disputa e deu lugar à sua vice, Kamala Harris. Quatro dias após a troca, as primeiras pesquisas que incluem Kamala em vez de Biden começam a sair, e há dois pontos importantes a observar.
O primeiro é que Kamala ainda é pouco conhecida pelos eleitores. Embora tenha disputado a eleição em 2020, primeiro como candidata nas primárias e depois como vice na chapa de Biden, ela passou os últimos anos aparecendo pouco no noticiário.
"É exigir muito dos eleitores que eles tenham uma opinião clara poucos dias após a troca", analisa Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington e comentarista do programa O Caminho para a Casa Branca, uma produção da EXAME e da Gauss Capital.
"Exigir das pessoas um cenário de simulação, se for fulano, se for ciclano, é muito. A gente tem ansiedade em ter respostas, mas a opinião pública não funciona assim. As pessoas vão ter de se acostumar com quem for ser candidata e, a partir daí, começa a ter pesquisa relevante. Nesta semana vamos ter muita especulação de pesquisa, mas minha experiência mostra que isso vale muito pouco", prossegue Moura.
O outro ponto importante é a eleição americana é decidida estado a estado, e não pelo voto geral. Assim, não basta conquistar o maior número absoluto de eleitores, mas sim vencer nos estados decisivos. Com isso, é preciso prestar atenção no desempenho dos candidatos nos estados-chave para a disputa, que neste ano são Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin.
Uma das primeiras pesquisas em parte destes estados, feita pelo Emerson College, aponta Trump ligeiramente à frente de Kamala, em empate técnico, em quatro deles. No entanto, a democrata está com pontuação melhor do que Biden tinha há uma semana, em uma notícia positiva para sua campanha.
Faltam ainda mais de 100 dias até a votação, em 5 de novembro, e tanto a saída de Biden quanto o atentado sofrido por Trump, em 13 de julho, mexeram com as pesquisas de forma significativa. Para o republicano, que está na frente, a situação lhe favorece, mas a entrada de Kamala na disputa acelerou os ataques dos democratas contra ele.