Jose Antonio Kast, candidato presidencial no Chile, em encontro com apoiadores em Santiago (Rodrigo Arangua/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 10h52.
O candidato de direita, José Antonio Kast, lidera as intenções de voto nas eleições presidenciais do Chile e ampliou sua vantagem, segundo pesquisa da AtlasIntel.
Kast soma 56,9% dos votos totais, contra 35% de Jeanette Jara, de esquerda. Os votos brancos e nulos somam 8,1%.
Ao considerar apenas os votos válidos, Kast tem 61,9% e Jara, 38,1%.
Em outubro, a diferença era menor: Kast somava 47% dos votos totais, enquanto Jara tinha 39%.
O candidato de direita vence em todos os recortes de gênero, idade, educação e renda. Ele tem preferência maior entre os homens, os adultos e idosos e as pessoas com educação primária.
A pesquisa ouviu 9.012 pessoas no Chile entre os dias 22 e 27 de novembro. A margem de erro é de um ponto percentual, para mais ou para menos.
A AtlasIntel também fez uma pesquisa sobre a avaliação do presidente Gabriel Boric. Ele é aprovado por 34,2% dos entrevistados, e rejeitado por 63,9%.
Boric teve alta na rejeição nos últimos meses. Em setembro, a taxa negativa era de 56,1%.
No primeiro turno, realizado em 16 de novembro, a candidata governista, Jeannette Jara, teve 26,85% dos votos, enquanto nomes de oposição e antissistema somaram mais de 50%.
O conservador José Antonio Kast ficou em segundo lugar, com 23,92% dos votos. Em terceiro lugar, veio Franco Parisi, candidato antissistema, que ficou em terceiro lugar, com 19,71%.
"A mensagem dos eleitores ontem foi super clara. O desemprego tem permanecido acima de 8% por quase três anos. O investimento está estagnado há muito tempo. Ao fim do dia, a eleição foi menos sobre ideologia e mais sobre resultados", disse Sergio Urzúa, professor de economia da Universidade de Maryland, durante um evento virtual do Atlantic Council, logo após a eleição.
"As prioridades agora estão no crescimento econômico. Trazer investimentos de volta ao país e criar empregos serão fundamentais", afirma.
Para ele, a candidata governista, que foi ministra do Trabalho de Boric, terá dificuldades para apresentar suas propostas na área econômica, dada a onda de insatisfação.