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Eleições em Israel podem acontecer pela 3ª vez devido a impasse

Partidos que apoiam Netanyahu e os que apoiam Gantz não conseguiram maioria; na prática, alguém precisará ceder e declarar apoio ao outro lado

Benjamyn Netanyahu: atual primeiro-ministro recebeu a incumbência do presidente Reuven Rivlin de tentar formar o governo (NurPhoto/Getty Images)

Benjamyn Netanyahu: atual primeiro-ministro recebeu a incumbência do presidente Reuven Rivlin de tentar formar o governo (NurPhoto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 12h58.

Última atualização em 26 de setembro de 2019 às 13h05.

Jerusalém — O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que recebeu nesta quarta-feira a incumbência de formar um novo governo, vem encontrando dificuldades para bloquear o impasse político no país, o que pode levar a realização da terceira eleição neste ano.

De acordo com especialistas locais, as possibilidades de que seja firmado um pacto são mínimas. Inclusive, as análises apontam que pode ser do interesse do líder do partido Likud, o segundo com mais cadeiras no Parlamento, voltar a colocar o nome nas urnas.

Isso porque, com a divisão partidária no legislativo e um calendário para enfrentar casos de corrupção de que é acusado, Netanyahu poderia preferir uma nova eleição do que encarar o desafio de formar o novo governo.

O Likud fechou a apuração da votação realizada no último 17, com 32 cadeiras, contra 33 do partido Azul e Branco, liderado por Benny Gantz. A divisão política leva o primeiro-ministro a ficar ainda mais preso aos tradicionais parceiros, diante da dificuldade de obter um pacto para governo de unidade.

Segundo o jornal "Yedioth Aharont", assim que Netanyahu recebeu a incumbência do presidente de Israel, Reuven Rivlin, foi iniciada pressão para o que o Partido Trabalhista, que tem seis cadeiras, deixasse o bloco de centro, esquerda e árabes, para se unir à direita, extra-direita e ultra-ortodoxos, encabeçado pelo Likud.

Essa seria uma das esperanças para o primeiro-ministro conseguir formar governo apenas com os parceiros históricos, diante da perda do apoio do laico Israel Nosso Lar, de Avigdor Lieberman, que se recusa a debater com os partidos religiosos.

Sem o apoio dos trabalhistas, só restaria negociar com a coalizão centrista encabeçada pelo Azul e Branco de Gantz, o que poderia gerar, inclusive, uma rotatividade no poder.

Amir Peretz, líder do Partido Trabalhista, no entanto, já afirmou publicamente que não pretende se aliar a Netanyahu, fechando as portas para um acordo entre os conservadores.

"Neste momento, a possibilidade de uma terceira eleição é a mais provável", admitiu o ministro do Turismo, Yariv Levin, integrante do Likud, em entrevista à emissora local de televisão "Kan".

Gantz, por sua vez, disse ser defensor de um governo de união, mas garantiu que o partido tem a luta contra a corrupção como bandeira e, por isso, não aceitaria ser liderado por um primeiro-ministro que sofre acusações.

O líder do Azul e Branco sugeriu que as negociações com o Likud devam ser sobre princípios e posturas, não sobre a divisão de cargos, segundo comunicado do partido..

"Somos a favor da unidade, mas aconteça o que acontecer, não estaremos em um governo com Netanyahu, que é suspeito de crimes", afirmou Yair Lapid, número 2 do partido mais votado nas eleições legislativas.

Em 2 de outubro, Netanyahu ficará frente a frente com o procurador-geral de Israel, em audiência prévia à acusação formal, já anunciada, por três casos de corrupção.

O primeiro-ministro ainda não informou se comparecerá ou se enviará um dos advogados, mas pediu para que a sessão seja transmitida ao vivo, para que a população veja que ele "não tem nada a esconder".

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