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Eleições argentinas poderão ter segundo turno pela 1ª vez

A eleição, que acontece amanhã, será uma das mais ajustadas da história da Argentina. Cerca de 32 milhões de argentinos poderão votar para vários cargos


	Daniela Scioli: o governador de Buenos Aires é apontado como um dos favoritos na corrida para substituir Cristina Kirchner
 (Argentine Presidency/Divulgação via Reuters)

Daniela Scioli: o governador de Buenos Aires é apontado como um dos favoritos na corrida para substituir Cristina Kirchner (Argentine Presidency/Divulgação via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2015 às 15h41.

Buenos Aires -- A Argentina vive seu segundo dia de reflexão e cuida dos últimos preparativos para as eleições presidenciais de domingo, as mais ajustadas da última etapa democrática do país pela possibilidade aberta de um segundo turno.

Cerca de 32 milhões de argentinos foram chamados às urnas para escolher presidente, vice-presidente, renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado, além de votar pela primeira vez nos parlamentares do Mercosul e escolher governadores em 11 províncias.

As últimas enquetes publicadas antes da proibição eleitoral apontam como favorito o governista Daniel Scioli, atual governador da província de Buenos Aires, seguido do conservador Mauricio Macri, prefeito da capital argentina, e o peronista dissidente Sergio Massa.

Esses candidatos são seguidos pelos três restantes: a progressista Margarita Stolbizer, o ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá e Fernando del Caño, da Frente de Esquerda.

Mas as pesquisas não descartam que, pela primeira vez na história do país, seja preciso recorrer a um segundo turno, em 22 de novembro, se nenhum dos candidatos alcançar 45% necessários ou 40% e 10 pontos de vantagem necessários para vencer amanhã.

No meio deste cenário de incerteza, e em uma tentativa de dissipar o fantasma da fraude, denunciada em recentes convocações eleitorais provinciais, as autoridades eleitorais pediram responsabilidade aos candidatos e aos partidos, além de prudência e paciência.

Serão as eleições mais vigiadas pela oposição, que nos últimos dias convocou seus militantes para que se somem à fiscalização nas mesas eleitorais.

Fontes do Comando Geral Eleitoral, dependente do Ministério da Defesa, explicaram que foi organizada a vigilância dos mais de 13 mil locais onde funcionarão as mesas receptoras de votos.

O Comando, que se encarrega de preservar a ordem e a segurança durante as eleições nacionais, está composto por mais de 100 mil agentes de Forças Armadas, Forças de Segurança e policiais provinciais.

"Tem à disposição 2 aviões, 8 helicópteros, 7 embarcações, mais de 5 mil veículos que se desdobrarão em 31 zonas de difícil acesso" nas províncias do norte do país, antecipou o organismo.

Além disso, as autoridades eleitorais iniciaram a repartição das urnas e cédulas para cada uma das 95 mil mesas mistas, distribuídas em 13.880 centros de votação.

Os colégios eleitorais abrirão às 8h local (9h, em Brasília) e fecharão às 18h local (19h, em Brasília).

A câmara Eleitoral antecipa que a noite será longa e que não haverá resultados oficiais provisórios até cerca de meia-noite. Para os resultados definitivos, será preciso que esperar dez dias.

Para zelar pela transparência do processo, a autoridade eleitoral iniciou algumas medidas, como o acompanhamento por GPS dos caminhões que transferem as cédulas e a cópia triplicada das atas eleitorais.

Também serão reforçados os controles no "quarto escuro", lugar reservado para que os eleitores elejam entre os diferentes candidatos, pois o roubo de cédulas é uma das problemáticas mais denunciadas pelos partidos políticos.

Além disso, ONGs impulsionaram iniciativas para que a sociedade civil também faça seus controles, como o desenvolvimento de um aplicativo para telefones celulares que permitirá denunciar qualquer tipo de irregularidade durante a votação. 

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