Setenta anos. É a idade aproximada que tanto Hillary Clinton quanto Donald Trump terão no ano que vem, quando um deles estará morando na Casa Branca. O peso da idade, e a preocupação com a saúde dos candidatos, está no centro do debate eleitoral americano. Ontem, a médica de Hillary afirmou que ela está saudável para o cargo, dias depois de a candidata ter passado mal nas homenagens de 11/9.

Hoje, Trump vai a um tradicional programa de TV que debate medicina e saúde, o Dr. Oz Show. Ele deve mostrar os resultados de um exame médico feito na semana passada. Donald Trump já havia divulgado uma nota de seu médico, afirmando que “ele será a pessoa mais saudável a assumir a presidência do país”. Ele fez questão de trazer o atestado, datado de dezembro, para rivalizar com Hillary.

Quem quer que assuma a presidência no ano que vem será o presidente mais velho da história americana. Pesquisas mostram que, para pessoas acima dos 65 anos, o grau de incidência para doenças severas se torna mais frequentes. Nessa idade, problemas cardíacos afetam 2% das mulheres e 3,5% dos homens, Alzheimer afeta 2% da população, câncer 1,75%. Politicamente isso se reflete na confiança sobre a equipe de gabinete e sobre o vice-presidente. Esses dados têm sido tema de longas reportagens na imprensa americana, que destaca como o cargo é cada vez mais demandante fisicamente – fotografias de Obama de hoje e de oito anos atrás ajudar a corroborar a argumentação. Ele tem 55 anos.

Por aqui, o debate sobre a idade também começa a aflorar de olho em 2018. Michel Temer tem 75 anos e é o presidente mais velho que o Brasil já teve. Tancredo Neves tinha a mesma idade quando morreu antes de assumir. Lula tem 70 e já enfrentou um câncer. Além destes, outros possíveis candidatos em 2018, como José Serra e Henrique Meirelles já terão passado dos 70 anos há tempos quando a campanha começar. Cá, como lá, o peso da idade pode ser decisivo.