Chris Christie, durante debate entre candidatos republicanos em dezembro (Jim Watson/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 09h57.
Última atualização em 22 de janeiro de 2024 às 10h46.
O ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, desistiu de disputar as eleições presidenciais de 2024. Ele é um dos maiores críticos do ex-presidente Donald Trump, seu colega de partido. Christie fez o anúncio na noite de quarta-feira, 10, e não endossou nenhum dos colegas de partido.
No entanto, ele acabou atacando Nikki Haley, que disputa a segunda colocação nas pesquisas para as primárias republicanas e que vai se consolidando como principal rival de Trump, o favorito para obter a nomeação do partido.
Minutos antes do anúncio, seu microfone ficou aberto e foi possível ouvir ataques de Christie a Haley. "Ela vai ser destruída, e você e eu sabemos por quê. Ela não está prontra pra isso", disse, em um áudio que vazou.
Em seu discurso, Christie fez novos ataques a Trump e aos rivais do partido que evitam criticar o ex-presidente. "Imagine se o 11 de Setembro tivesse acontecido com Donald Trump como presidente. A primeira coisa que ele teria feito seria correr ao bunker para proteger a si mesmo. Ele teria colocado a si mesmo na frente, antes do país", disse.
"Prefiro perder falando a verdade em vez de mentir para vencer", afirmou. Christie não fez elogios a nenhum dos rivais no partido. O ex-governador tinha 3,6% das intenções de votos nas pesquisas, segundo média do site Fivethirtyeight.
Com a saída de Christie, a disputa republicana fica ainda mais reduzida. Há seis nomes na disputa. Trump lidera as pesquisas com ampla margem, de 61%, segundo o site Fivethirtyeight. Em seguida, Ron DeSantis e Nikki Haley disputam o segundo lugar, na casa dos 12%, com Santis ligeiramente à frente.
No pelotão final, aparecem o empreendedor Vivek Ramaswamy, com 4,5%, Asa Hutchinson, ex-governador do Arkansas, com 0,9%, e Ryan Binkley, empresário Veja abaixo mais sobre o perfil dos candidatos.
A desistência de Christie ocorre a cinco dias do começo das primárias republicanas, marcadas para Iowa na segunda-feira (15).
Donald Trump
O ex-presidente é atualmente o favorito para obter a nomeação republicana: pesquisas o apontam com média de 61% de apoio, segundo levantamento do site FiveThirtyEight.
No entanto, Trump é réu em vários processos, que estão sendo analisados durante a campanha. Ele perdeu a reeleição em 2020, mas se recusou a reconhecer a derrota. O ex-presidente é julgado por suas tentativas de reverter o resultado à força, com ações como pressionar funcionários a mudar contagem de votos e incitar apoiadores a invadir o Congresso dos EUA.
Em dezembro, Trump ganhou um desafio adicional: a Suprema Corte do Colorado o declarou como inelegível, por considerar que ele se envolveu em uma insurreição contra a Constituição, por seu envolvimento na invasão ao Congresso, em 6 de janeiro de 2021. A medida vale apenas no Colorado, e a Suprema Corte nacional dará a decisão final sobre o tema, mas não há data prevista para isso.
Ron DeSantis
Governador da Flórida desde 2019, atraiu atenção ao defender medidas conservadoras e polêmicas, como restringir o acesso a livros com temáticas LGBT em escolas. Durante a pandemia, manteve a Florida sem restrições de circulação e, com uma política de impostos mais baixos, atraiu mais empresas e moradores para o estado. No entanto, perdeu força nas pesquisas ao longo de 2023 e agora vê a segunda posição ameaçada. Ele chegou a ter 35% de intenção de votos entre os republicanos, mas agora está no patamar de 12%.
Nikki Haley
Foi embaixadora dos EUA na ONU no governo Trump e governadora da Carolina do Sul de 2011 a 2017. Filha de imigrantes indianos, defende a renovação na política e aumentar a proteção das fronteiras. Ganhou impulso no segundo semestre de 2023 e disputa o segundo lugar nas pesquisas com DeSantis, na faixa dos 12%.
Vivek Ramaswamy
Filho de indianos e bilionário, fez fortuna com uma empresa de biotecnologia e outros negócios. Nos últimos anos, ficou conhecido ao criticar ações sociais e de inclusão das empresas. Ganhou destaque nos últimos meses ao participar de debates republicanos, mas o impulso não foi consistente. Atualmente, soma 4,5% das intenções de voto.
Asa Hutchinson
Governou o Arkansas de 2015 a 2023 e teve cargos no governo de George W. Bush, como o de diretor do DEA, departamento de combate às drogas. Soma 0,6% dos votos republicanos, de acordo com pesquisas.
Ryan Binkley
Criou duas instituições: a Generational Group, uma consultoria especializada em fusões e aquisições aberta em 2005 e que ele ainda preside, e a igreja Create, de 2014, da qual é pastor e líder. Sua média nas pesquisas está próxima de zero.