Milei: candidato ultradireitista da Argentina (Erica Canepa/Bloomberg/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 3 de novembro de 2023 às 18h46.
Última atualização em 3 de novembro de 2023 às 19h00.
Faltando pouco mais de duas semanas para o segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, em 19 de novembro, o candidato Javier Milei, do A Liberdade Avança, lidera com 52% dos votos válidos, enquanto o atual ministro da Economia, o peronista Sergio Massa, aparece com 48%, segundo a primeira pesquisa da Atlas Intel após os resultados do primeiro turno. Contudo, quando considerados os votos totais, Milei tem 48,5% e Massa tem 44,7%, números dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais, caracterizando um empate técnico.
O instituto, que foi o único a prever a vitória parcial de Massa no primeiro turno, ouviu 3.218 eleitores em questionário online, entre os dias 1º e 3 de novembro. A pesquisa também apontou que 2,5% dos eleitores ainda não sabem em quem votar; que 2,9% indicaram voto em branco e que 1,4% vai anular.
Segundo a pesquisa, Milei é visto como o mais qualificado para abordar desafios como o combate à violência, a redução da corrupção, o estímulo ao crescimento econômico, a criação de empregos, o controle da inflação e a diminuição da pobreza. No entanto, o candidato fica para trás quando o assunto é a defesa das instituições democráticas e a defesa aos direitos humanos.
O levantamento também indica que Milei conta com maior apoio entre os eleitores do sexo masculino, com 53% de preferência, em comparação com 45% entre as eleitoras do sexo feminino. Massa, por sua vez, tem mais força entre as mulheres, com 47% do total — contra 42% entre os eleitores do sexo masculino.
Além disso, os jovens com idades entre 16 e 24 anos demonstram um forte apoio a Milei, com 61% dos votos. Já Massa é amplamente apoiado entre pessoas na faixa etária dos 35 a 44 anos, com 55% das intenções de voto.
Quando se avaliam as propostas dos candidatos, as ideias controversas de Milei encontram resistência na população, como a dolarização da economia, rejeitada por 49% dos argentinos. Outras ideias, como a venda de órgãos para transplante e a liberação da compra de armas, também não são bem recebidas pela maioria (78%) dos eleitores.
Por outro lado, Massa enfrenta uma situação desfavorável, com altas taxas de percepção negativa em relação ao aumento da criminalidade, corrupção e à situação econômica do país. Além disso, quase metade do eleitorado (49%) atribui ao ministro a responsabilidade pela escassez de combustível e pelo aumento de preços, em meio à crise de combustíveis que afeta a Argentina.