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Costa Rica: candidato de direita Rodrigo Chaves conquista a presidência

Economista de 60 anos obteve 52,86% dos votos, contra 47,14% do centrista José María Figueres

Rodrigo Chaves vence a eleição presidencial da Costa Rica (Arnoldo Robert/Getty Images)

Rodrigo Chaves vence a eleição presidencial da Costa Rica (Arnoldo Robert/Getty Images)

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AFP

Publicado em 4 de abril de 2022 às 09h15.

O candidato de direita Rodrigo Chaves venceu o segundo turno de domingo e foi eleito presidente da Costa Rica, cargo que assumirá no dia 8 de maio. Ele precisará estabelecer alianças no Parlamento para enfrentar a grave crise econômica no país.

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Chaves, economista de 60 anos interrogado após uma sanção por assédio sexual quando trabalhava no Banco Mundial, obteve 52,86% dos votos, contra 47,14% do centrista José María Figueres, após 96,63% das urnas apuradas, informou o Tribunal Superior das Eleições (TSE).

"Recebo com a mais profunda humildade esta decisão sagrada do povo costa-riquenho (...) Este resultado não é uma medalha ou um troféu, mas uma enorme responsabilidade", afirmou Chaves a uma multidão em San José.

"A Costa Rica votou, o povo falou. Como democratas que somos, sempre seremos respeitosos desta decisão (...) Felicito Rodrigo Chaves e desejo o melhor", afirmou o rival, o ex-presidente Figueres.

Com apenas 10 deputados de seu partido dos 57 que integram o Parlamento, Chaves pediu "humildemente" a Figueres, do tradicional Partido Libertação Nacional (PLN), com 19 cadeiras, que trabalhem juntos para alcançar o "milagre costa-riquenho".

O atual presidente, Carlos Alvarado, também felicitou Chaves. Depois de vencer a disputa presidencial com seu Partido Progresso Social Democrático, ele governará a nação de 2022 a 2026.

Em um país sem Forças Armadas desde 1948, o transporte e distribuição do material eleitoral foi organizado por voluntários credenciados no TSE.

Mais de 42% dos 3,5 milhões de eleitores não compareceram às urnas.

Prioridade: emprego

"O próximo presidente tem que mudar tudo. Aqui não há trabalho, não há nada (...). Quero que quem vencer lute por este país", disse Ana Briceño, agente de viagens da 64 anos, em uma rua de pedestres em San José.

Briceño conhece de perto o impacto da pandemia no turismo, principal motor econômico deste país líder em proteção ambiental e com abundantes atrativos naturais.

A pobreza afeta 23% dos habitantes do país, que sofreu uma das maiores quedas de emprego na região entre 2019 e 2020 (-14%), junto com o Peru, segundo a CEPAL. Sua dívida é igual a 70% do seu PIB.

Apesar dos contratempos, a Costa Rica lidera o ranking na América Latina dos países "mais felizes" do mundo, segundo o mais recente "World Happiness Report".

"A sociedade costa-riquenha não era pobre, a empobreceram, a sociedade costa-riquenha não era desigual, a tornaram desigual. Nós falamos de progredir e rejeitar o retrocesso", disse Chaves no domingo.

Questionamentos

Chaves foi ministro da Fazenda do governo de Alvarado por 180 dias, entre 2019 e 2020.

Aos 60 anos, o economista trabalhou por mais de 30 anos no Banco Mundial. Chaves recebeu uma sanção por assédio sexual a duas subordinadas na instituição.

O presidente eleito da Costa Rica assegura que as acusações contra ele, ocorridas entre 2008 e 2013, foram "brincadeiras" que foram "mal interpretadas por diferenças culturais".

Seu rival, Figueres, esteve envolvido em uma investigação por suspeita de corrupção por uma assessoria de US$ 900.000 prestada à francesa Alcatel, que reconheceu o pagamento de propinas em troca de contratos.

Figueres, contra quem nunca foi aberto um processo formal, reconhece que errou ao não regressar ao país quando solicitado. A investigação aconteceu em 2004, quando ele trabalhava na Suíça.

Os dois avançaram para o segundo turno após a primeira votação em 6 de fevereiro, com 25 candidatos no total.

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