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EI se mistura com civis para fugir de cidade iraquiana

O exército iraquiano abriu no sábado um corredor humanitário a sudoeste da cidade, o que permitiu a "mais de 4.000 civis fugir do centro de Fallujah"


	Fallujah: "Prendemos 546 suspeitos de terrorismo que haviam fugido aproveitando a fuga das famílias deslocadas"
 (Alaa Al-Marjani / Reuters)

Fallujah: "Prendemos 546 suspeitos de terrorismo que haviam fugido aproveitando a fuga das famílias deslocadas" (Alaa Al-Marjani / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2016 às 15h38.

Os integrantes do grupo Estado Islâmico (EI) tentam escapar de seu reduto sitiado em Fallujah misturando-se aos milhares de civis evacuados nas últimas horas, depois que o exército iraquiano abriu um corredor humanitário na cidade.

"Prendemos 546 suspeitos de terrorismo que haviam fugido aproveitando a fuga das famílias deslocadas (que deixaram a cidade) nas últimas duas semanas", disse Hadi Rzayej, chefe de polícia da província de Al-Anbar, onde Fallujah está localizada.

"Muitos deles estavam usando identidades falsas", indicou à AFP a partir do lado sul de Fallujah, onde as forças iraquianas conduzem uma ofensiva para recuperar o controle da cidade.

O exército iraquiano abriu no sábado um corredor humanitário a sudoeste da cidade, o que permitiu a "mais de 4.000 civis fugir do centro de Fallujah nas últimas 48 horas", declarou Karl Schembri, conselheiro regional do Conselho Norueguês para os Refugiados (CNR).

Até a semana passada, estimava-se que cerca de 50.000 civis ainda estavam presos no centro da cidade, um dos últimos redutos do grupo extremista no Iraque, apenas 50 km a oeste de Bagdá.

No total, 4.596 famílias, ou seja, cerca de 27.580 pessoas, conseguiram alcançar os acampamentos estabelecidos nos setores controlados pelo governo. Quase todos foram transferidos para os campos de Habaniya e Khaldiyah.

Mas as organizações humanitárias alertam que estão "completamente sobrecarregadas" pela nova chegada de civis e temem que a situação piore ainda mais, porque "milhares de pessoas" devem cruzar o corredor humanitário nos próximos dias, de acordo com o diretor regional do CNR, Karl Schembri.

"Seria necessário, de acordo com nossas estimativas, 10 milhões de dólares adicionais (8,9 milhões de euros) para satisfazer as necessidades de água potável, alimentos e produtos de higiene para os próximos seis meses", disse ele.

Apesar da abertura do corredor, fugir de Fallujah continua a ser extremamente difícil e perigoso para os moradores, uma vez que o EI os impediu de sair da cidade e passou a usá-los como escudos humanos.

Ainda assim, dezenas de pessoas tentam escapar pelo rio Eufrates, arriscando suas vidas, usando qualquer objeto que flutue, tais como armários ou plásticos, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Na sexta-feira, combatentes do grupo extremista mataram 18 membros de duas famílias enquanto tentavam fugir.

Os habitantes que conseguiram escapar relataram que os extremistas cobravam 150.000 dinares (120 euros) por pessoa para deixar que saíssem de Fallujah, indicou o CNR.

Quando os civis se deparam com as forças do governo, homens adultos e adolescentes são controlados separadamente. Alguns são libertados depois de várias horas, enquanto os outros são submetidos a um interrogatório exaustivo.

Atentado suicida em Ramadi

Nesta segunda-feira, as forças iraquianas continuaram avançando para o centro de Fallujah depois de estarem no dia anterior a apenas três km dos principais edifícios governamentais da cidade, onde se estima que ainda estão entre 1.000 e 2.500 combatentes do EI.

No entanto, as forças iraquianas sofreram um revés em Ramadi, onde um atentado suicida do EI matou pelo menos cinco dos seus membros nesta capital da província de Al-Anbar, recuperada das mãos dos extremistas em fevereiro, segundo as autoridades militares.

Homens-bomba a bordo de carros realizaram o ataque contra uma base do exército e os combatentes EI dispararam contra os soldados, indicou o general Ismail al Mahalawi, que dirige as operações na província de Al-Anbar.

Este ataque mostra que o EI ainda é capaz de cometer atentados sangrentos em áreas onde perdeu o controle e que o governo está tentando reconstruir.

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