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EI perde territórios, mas aterroriza mundo no início de 2017

Nos primeiros dias deste ano, o grupo lançou ataques com dezenas de mortos em Istambul e Bagdá

EI: é evidente que o EI começou 2017 como terminou 2016, quando matou 12 pessoas e feriu 50 atropeladas, em Berlim (Alaa Al-Marjani/Reuters)

EI: é evidente que o EI começou 2017 como terminou 2016, quando matou 12 pessoas e feriu 50 atropeladas, em Berlim (Alaa Al-Marjani/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 14h13.

Madri - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) perde terreno nas guerras na Síria e no Iraque, mas isso não o impediu aterrorizar o mundo, ao lançar ataques com dezenas de mortos em Istambul e Bagdá nos primeiros dias de 2017.

"Que o governo da Turquia saiba que o sangue dos muçulmanos (...) vai se transformar em fogo em sua própria casa", ameaçou nesta segunda-feira o EI ao reivindicar a autoria de seu primeiro ataque do ano, cometido apenas uma hora e meia após o início do 2017.

Pelo menos 39 pessoas morreram e 69 ficaram feridas na boate Reina de Istambul quando um "soldado do califado", como qualificou o EI, entrou no local e começou a atirar contra centenas de pessoas que comemoravam o Ano Novo.

O ataque, no qual a maioria das vítimas eram estrangeiras, causou uma profunda comoção devido à data, mas também pela frieza do autor, que mais de dois dias depois continua desaparecido e mantém aterrorizada uma população turca muito castigada pelo terrorismo nos últimos meses.

Um dia depois, o EI cometeu vários atentados em Bagdá, que deixaram 40 mortos e dezenas de feridos, em uma clara mensagem à visita do presidente francês, François Hollande, à capital iraquiana.

"Estes atos hediondos de assassinatos em massa são um sério lembrete da necessidade de continuar as operações da coalizão contra o EI e eliminar a ameaça deste grupo terrorista do planeta", afirmou o Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Pouco depois, quatro terroristas do EI invadiram duas delegacias de Samarra, no norte do Iraque, com coletes explosivos, mas a polícia conseguiu evitar um massacre, ainda que três agentes tenham morrido na ação.

Todos estes ataques aconteceram depois de um atentado suicida cometido no réveillon que deixou 28 mortos na capital iraquiana e de outro similar com sete mortos em Al Najaf, no sul do país, também na noite de Ano Novo.

É evidente que o EI começou 2017 como terminou 2016, quando matou 12 pessoas e feriu 50 atropeladas por um caminhão em um mercado natalino em Berlim e assassinou outras 14 pessoas em um tiroteio na histórica cidade turca de Kayseri.

Esta intensa ofensiva jihadista parece tentar minimizar as derrotas do EI e a perda de territórios sob seu controle na Síria e, especialmente, no Iraque.

Na Síria, o EI tem abertas várias frentes: as forças curdo-árabes apoiadas pelos EUA avançam rapidamente em direção à "capital" do "califado islâmico", Al Raqqa, enquanto aviões turcos bombardeiam outro importante bastião jihadista, a cidade de Al-Bab, e no leste de Homs o grupo enfrenta o exército sírio, que tem cobertura aérea da aviação russa.

De fato, o cerco ao terreno do EI reduziu a sete o número de assassinados pelos extremistas na Síria no último mês de novembro, o número mais baixo desde a proclamação do "califado", em 29 de junho de 2014.

No Iraque, os jihadistas perderam 56% do território que controlavam e não está conseguindo recuperar nem sequer parte dele, revelou recentemente o enviado especial dos EUA para a coalizão contra o EI, Brett McGurk.

O progresso das tropas governamentais e curdas ("peshmergas") foi ainda mais significativo desde o último dia 17 de outubro, quando lançaram uma grande ofensiva para libertar Mossul, a última cidade iraquiana nas mãos do EI.

Embora nas últimas semanas o avanço tenha se desacelerado pela resistência jihadista, assim como pela presença de civis dentro da cidade e o mau tempo, "o EI retrocede perante as forças iraquianas" e a comunidade internacional verá "seu fim em breve", disse ontem Hollande em Bagdá.

O presidente francês, que visitou a frente de batalha perto de Mossul junto ao presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, falou do papel francês na reconstrução de Mossul, cuja retomada espera acontecer em "algumas semanas, não anos".

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