Britânico David Haines momentos antes de sua execução por um militante do Estado Islâmico (SITE Intelligence Group/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 13h50.
Beirute - O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) executou pelo menos 1.434 pessoas na Síria desde que proclamou no final de junho um califado em parte deste país e do Iraque, denunciou nesta segunda-feira o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman.
Segundo apuração da organização, a maioria dos mortos (884) eram civis. Destes, 700 eram membros da tribo Al Shaitat, que enfrentou o IE na província de Deir al Zor.
Os métodos utilizados pelos extremistas para assassinar suas vítimas são o fuzilamento e a decapitação. Além de civis, os radicais assassinaram 483 soldados do regime sírio e 63 integrantes de facções rebeldes rivais, como a Frente al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria, que luta contra o EI no norte e no leste do país.
A estas vítimas se somam quatro membros do EI, mortos por seu próprio grupo após serem acusados de corrupção e outros delitos.
Abderrahman ressaltou que em algumas ocasiões os jihadistas expõem os corpos dos executados em praças públicas para 'aterrorizar os civis' e dissuadir qualquer pessoa de lutar contra a organização.
O Observatório documentou as execuções efetuadas desde 29 de junho, data na qual o EI declarou seu califado, até o dia de hoje.
Abderrahman acrescentou que o objetivo dos radicais é assustar a comunidade internacional, assim como atrair jihadistas potenciais para suas fileiras.
Ontem, o EI assegurou ter decapitado o refém americano Peter Kassig, segundo um vídeo divulgado na internet que também mostrou imagens da execução de cerca de 20 soldados sírios.
Nos últimos meses, os extremistas também assassinaram os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff e os voluntários britânicos David Haines e Alan Henning, enquanto mantém em cativeiro o jornalista britânico John Cantlie.