Mundo

Egito vai mudar instituições e leis que afetam direitos

Governo anunciou que vai reformar as instituições e leis relacionadas com os direitos humanos para "completar a construção democrática", disse primeiro-ministro


	Manifestantes no Egito: primeiro-ministro egípcio disse que a instauração da democracia é o principal objetivo de seu governo
 (Zoubeir Souissi /Reuters)

Manifestantes no Egito: primeiro-ministro egípcio disse que a instauração da democracia é o principal objetivo de seu governo (Zoubeir Souissi /Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 14h06.

Cairo - O governo do Egito anunciou nesta quarta-feira que vai reformar as instituições e leis relacionadas com os direitos humanos para "completar a construção democrática", segundo o roteiro estabelecido após a deposição do presidente Mohamed Mursi.

O primeiro-ministro egípcio, Hazem al Beblaui, assegurou em entrevista coletiva que a instauração da democracia é o principal objetivo de seu governo, junto com a restauração da segurança e o estabelecimento da justiça social.

"O trabalho de segurança no terreno não é suficiente e, paralelamente, são necessárias medidas políticas com a participação de todos", acrescentou.

Beblaui assinalou que o Executivo reformará o Conselho Nacional de Direitos Humanos, o Conselho Nacional da Mulher e o Conselho Nacional de Justiça e Igualdade.

Além disso, o primeiro-ministro acrescentou que várias leis sofrerão mudanças como as que estabelecem o estado de emergência, o trabalho das associações civis, a liberdade de manifestação e as eleições.

Beblaui explicou que o encarregado de fazer essas reformas será um grupo de trabalho, que será composto nos próximos dias por representantes da Presidência, do governo, dos partidos políticos e da sociedade civil.


"Todos os partidos políticos e forças da sociedade civil vão participar, menos aqueles que têm as mãos manchadas de sangue e não acreditam na democracia", apontou o chefe de governo.

Após maciças manifestações que pediam eleições antecipadas, o Exército egípcio destituiu em 3 de julho o presidente, o islamita Mohammed Mursi, e anunciou um roteiro para a nova transição democrática, que estipula a reforma da Constituição e a realização de eleições presidenciais e parlamentares.

A Irmandade Muçulmana, grupo do qual pertencia Mursi até ser eleito presidente em junho de 2012, e outros coletivos simpatizantes do presidente deposto saíram às ruas desde então para denunciar o golpe militar.

Os acampamentos de protesto mantidos pelos islamitas foram desmantelados pela polícia no dia 14 de agosto, o que gerou uma onda de violência que as autoridades tentaram combater, decretando estado de emergência temporário no país e o toque de recolher na capital e em outras províncias.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosÁfricaEgitoDireitos civisIrmandade MuçulmanaMohamed Mursi

Mais de Mundo

Polônia pede sessão urgente do Conselho de Segurança após violação de espaço aéreo

NASA proíbe chineses com visto dos EUA de trabalhar em programas espaciais

Em meio a derrota política, Milei comemora inflação abaixo do esperado na Argentina em agosto: 1,9%

Exército do Nepal pede a turistas que busquem assistência durante toque de recolher