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Egito tem tom conciliatório; enviados buscam evitar sangue

Os líderes do Egito, que contam com o apoio do exército, e aliados de Mursi deram os primeiros sinais de disposição a buscar um compromisso neste sábado


	Aliados de Mursi disseram neste sábado respeitar as demandas de milhões que foram às ruas antes de sua derrubada
 (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

Aliados de Mursi disseram neste sábado respeitar as demandas de milhões que foram às ruas antes de sua derrubada (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2013 às 16h55.

Cairo - Os líderes do Egito, que contam com o apoio do exército, e aliados de seu presidente islâmico deposto deram os primeiros sinais de disposição a buscar um compromisso neste sábado, pressionados por enviados ocidentais que tentam evitar mais banhos de sangue.

Enfrentando a ameaça de repressão de partidários da Irmandade Muçulmana, a diplomacia pareceu ganhar fôlego, um mês após o exército egípcio derrubar o presidente Mohamed Mursi e abrir as portas para o tumulto no país.

Reconhecendo pela primeira vez a força do protesto popular contra seu mandato de um ano, aliados de Mursi disseram neste sábado respeitar as demandas de milhões que foram às ruas antes de sua derrubada.

Um porta-voz disse que o acampamento de Mursi, que recusou-se a abandonar semanas de protestos até que ele seja reinstalado, quer uma solução que "respeite todos os desejos populares".

Eles disseram a enviados dos Estados Unidos e da União Europeia que rejeitam qualquer papel em uma resolução política para o chefe do exército, Abdel Fattah al-Sisi, que liderou a derrubada de Mursi, e querem que a constituição que ele suspendeu seja restaurada.

"Eu respeito e levo em conta as demandas das massas que foram às ruas em 30 de junho, mas não vou dar continuidade a um golpe militar", disse o porta-voz Tarek El-Malt à Reuters, relatando o que a delegação pró-Mursi falou aos enviados.

Questionado se a delegação insistiu na reinstalação de Mursi como parte de qualquer acordo político, Malt, um membro do partido Wasat, afiliado à Irmandade, disse que isso é um detalhe para discussão futura.

Mas considerando que os oponentes de Mursi insistem em que ele não seja parte da solução política, disse Malt, então "Sisi também não deve estar na equação política".

Em entrevista ao Washington Post, Sisi pareceu descartar concorrer à presidência, apesar de sua crescente popularidade em meio à população de 84 milhões de pessoas.


"Você simplesmente não consegue acreditar que há pessoas que não aspiram à autoridade", disse Sisi ao entrevistador. Indagado se ele faz parte desse grupo, o militar respondeu: "Sim". Segundo o jornal, a entrevista aconteceu na quinta-feira.

O Pentágono disse que Sisi assegurou ao secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, em chamada telefônica, que as autoridades egípcias "estavam trabalhando em direção a um processo de reconciliação política".

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