Membros da Irmandade Muçulmana e apoiadores do presidente deposto do Egito Mohamed Mursi cantam palavras de ordem na praça Rabaa Adawiya, leste do Cairo (Asmaa Waguih/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2013 às 10h33.
Cairo - O Egito se prepara para iniciar neste domingo o julgamento dos líderes da Irmandade Muçulmana por incitação à violência, ao mesmo tempo que assistirá a uma nova sessão do processo contra o ex-presidente Hosni Mubarak.
O Tribunal Penal do Cairo realizará sua primeira sessão do processo contra o guia supremo da Irmandade, Mohammed Badia, e os também dirigentes Jairat al Shater e Rashad Bayumi na sede da Corte Suprema de Justiça, localizada no centro do Cairo.
Os três dirigentes são acusados de instigar o assassinato de manifestantes no dia 30 de junho, quando nove pessoas morreram e outras 90 ficaram feridas em frente à sede da Irmandade no bairro de Al Muqatam, no Cairo.
A Procuradoria-Geral acusa os dirigentes islamitas de ter instigado, pagado e fornecido as armas a outros três acusados, para que, do interior da sede, disparassem contra os opositores a Mursi que tinham se reunido do lado de fora.
O líder máximo da Irmandade Muçulmana - que enfrenta pelo menos outras duas acusações por motivos similares - foi detido na terça-feira passada no distrito de Cidade Nasr, e agora está em prisão preventiva na prisão de Tora, junto com Shater, Bayumi e outros políticos islamitas de destaque.
Por outro lado, Mubarak enfrenta uma nova sessão do seu julgamento - junto com o ministro do Interior Habib al Adli e seis dos ajudantes deste último - pelo assassinato de manifestantes durante a revolução que o tirou do poder em 2011.
O ex-presidente também está envolvido junto a seus filhos e o empresário foragido Hussein Salem de corrupção e enriquecimento ilícito.
Mubarak saiu da prisão na quinta-feira passada ao ter superado o prazo máximo de detenção preventiva e foi levado a um hospital militar, onde permanece sob prisão domiciliar.