Turista mexicana ferida no deserto do Egito durante uma operação militar que os confundiu com jihadistas é levada ao aeroporto, no Cairo (Mohamed el-Shahed/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de maio de 2016 às 15h05.
Cairo - As autoridades do Egito concordaram em pagar US$ 140 mil (R$ 490 mil) de indenização a cada família dos oito turistas mexicanos que morreram em um bombardeio das forças de segurança egípcias durante um safári no deserto ocidental do país em setembro.
A porta-voz do Ministério do Turismo egípcio, Omaima al Hosseini, confirmou à Agência Efe que a indenização já foi fixada, e que agora o governo do Cairo está trabalhando nos detalhes do acordo.
Além disso, Hosseini expressou o desejo de que o pagamento seja feito "o mais rápido possível", mas afirmou que ainda estão avaliando a modalidade de pagamento.
A embaixada mexicana no Cairo, contatada pela Efe, não quis fazer comentários sobre o acordo, alcançado oito meses depois da trágica morte dos turistas.
Segundo o jornal egípcio "Al Watan", que citou uma fonte do Ministério do Turismo, uma delegação mexicana que representa três das vítimas e um diplomata da embaixada do México no Cairo assinaram um acordo com o presidente da Câmara de Empresas de Turismo, Khaled al Manaui, na sexta-feira, 6 de maio.
O acordo estipula o pagamento de uma indenização de US$ 140 mil para cada um dos oito mexicanos mortos e de 170 mil libras egípcias (US$ 19 mil, R$ 66 mil) para cada um dos quatro egípcios que os acompanhavam e que também morreram.
O jornal explicou que esse dinheiro sairá em parte de um fundo do Ministério do Turismo.
Além disso, "Al Watan" afirmou que a delegação mexicana aceitou o argumento de que o incidente, pelo qual as autoridades responsabilizaram à companhia turística, foi "um erro".
No entanto, segundo o jornal, só as três famílias representadas estão de acordo com o valor oferecido pelo Egito.
O Egito prometeu, então, realizar uma investigação sobre o ataque e indenizar os mexicanos feridos e as famílias das vítimas mortais, embora por enquanto não tenha divulgado os resultados dessa investigação, e nenhum responsável teve que prestar contas pelo ocorrido.
O embaixador do Egito no México, Yasser Saban, foi encarregado pelo governo dos trâmites para compensar as famílias dos oito falecidos e dos seis feridos mexicanos. EFE